CONVERSAS SÉRIAS COM HUMOR
Já com a marca dos 150 episódios ultrapassada, o [In]Pertinente mostra que é possível falar com rigor de temas complexos sem aborrecer o ouvinte. Mais uma prova de que uma conversa leve não tem de ser uma conversa ligeira.
É SABIDA a atividade que a Fundação Francisco Manuel dos Santos (FFMS) tem exercido desde o seu nascimento, em 2009: o estudo dos grandes problemas nacionais, levando-os à sociedade civil de inúmeras formas. Pegando em temas estruturais como a educação, a justiça, questões sociais e políticas públicas, a Fundação divulga o seu trabalho através de livros, debates ou através da da sua base de dados online Pordata. Pretende-se um diagnóstico sério e apoiado em ideias sustentadas por factos e números. É um trabalho exigente, rigoroso e necessário, que olha para Portugal por dentro e por fora.
No âmbito dos seus estatutos a FFMS tem também podcasts de divulgação e discussão. E é aqui que chegamos ao que agora nos interessa: o podcast [IN]Pertinente.
Numa visão apressada da lista de colaboradores ao longo de quatro temporadas – nesta altura está online o episódio 150 – alguma estranheza se pode instalar: Hugo Van Der Ding, Ana Markl, Inês Castel-Branco, Pedro Vieira, Joana Marques e Inês Lopes Gonçalves, entre outros radialistas e humoristas. Teria a FFMS abandonado a sua missão? A resposta, felizmente, é não e da melhor maneira.
A cada animador convidado junta-se um especialista na área de conversa cujo assunto estará contido num destes grandes temas: Economia, Ciência, Política e Sociedade. É assim que encontramos episódios sobre as culturas juvenis, o custo económico de um casamento, que peso têm as emoções na política ou o que são as ideologias (este último tendo como especialista um colunista da SÁBADO, João Pereira Coutinho).
O que une todos estes episódios é o registo informal em que se aborda com rigor temas importantes. O humor estará sempre presente por definição e isso torna a conversa fluida, acessível e sedutora. E, em última análise, educativa sem jargão ou pretensiosismo, respondendo a perguntas simples mas essenciais.
Um excelente exemplo – e que se recomenda – é um episódio recente com o título A Neurociência do Amor, em que Rui Maria Pêgo e a neurocientista Luísa Lopes conversam sobre a natureza do amor. Será biológica? Como afeta o cérebro? Como e porque escolhemos quem amamos e quem não gostamos? As perguntas ficam. Quem quiser estas e outras respostas terá de ouvir o podcast que aqui se recomenda. ●
Um bom exemplo é um episódio recente, em que Rui Maria Pêgo e a neurocientista Luísa Lopes conversam sobre a natureza do amor: será biológica? Como afeta o cérebro?