AS MEDIDAS EXÓTICAS
Umas são detalhes, como o combate à zoofilia, outras seriam choques, como a saída do euro. Todas estão nas entrelinhas dos programas.
AD Celebrar a batalha de São Mamede
A coligaçao quer “preparar e consensualizar, com a devida antecedência, os programas de celebração de datas com elevado significado histórico nacional” e dá como exemplo os 900 anos da batalha de São Mamede, de 1128. A medida revela ambição dada a instabilidade política atual: a AD espera governar em 2028.
IL Mente sã em “e-corpo”” são
As competições organizadas de videojogos são “esports” e há uma federação que luta pela equiparação ao desporto tradicional. A IL defende a equiparação “sempre que adequado”, como importante para a “celebração de contratos dee seguro” dos “atle-atletas” ou para o estatuto dos estudantes de Ensino Superior “atletas de esports.
CH Contra o sexo com animais
É provavelmente a medida mais surpreendente dos programas eleitorais: o Chega quer “combater a zoofilia e fazer um diagnóstico desta prática em Portugal”, que consiste na atração ou no envolvimento sexual de pessoas com animais. A medida, exposta sem mais detalhe, não está inserida na parte da saúde mental, mas no capítulo sobre “equilíbrio na defesa do ambiente e do bem-estar animal”.
PCP Sair do euro
O PCP refere “a necessária libertação do País da submissão do euro e das imposições e constrangimentos da UE”. O Eurobarómetro apontava no ano passado que 69% dos inquiridos portugueses consideram o euro bom para o país. No debate com André Ventura, Paulo Raimundo não conseguiu explicar se quer sair do euro, nem as alegadas vantagens.
PAN Vegetarianos de todo o mundo, uni-vos!
O PAN não tem programa, mas no de 2022 queria “abolir a caça” – os peixes merecem outra atenção, menor, com o partido a falar da sobrepesca e de outros danos, em vez da abolição. O PAN defendia também a eliminação dos apoios à pecuária – tudo para “o fomento de uma alimentação sustentável de origem vegetal”.
PS Grilhetas nos jovens médicos
O PS recupera uma proposta de Marta Temido, que em 2019 já gerara oposição forte dos médicos: a de que os licenciados em medicina (fala-se em “profissionais de saúde”) tenham de compensar o Estado pela formação recebida através de um tempo mínimo (não indicado) de “dedicação ao SNS”. O PS fala em “avaliar” a medida, ou seja, está a pôr o dedo na água para ver a temperatura – é de esperar que seja muito quente.