Roberto Martínez “Chico foi o espalha-brasas que precisávamos”
Selecionador nacional destacou a importância dos jogadores que saltaram do banco para garantirem a primeira reviravolta desde que assumiu o comando da equipa das Quinas
Depois de estar em desvantagem no marcador contra a Eslovénia e a Croácia, Portugal logrou vencer desta vez. Roberto Martínez justifica isso com o espírito de grupo e a resiliência.
Roberto Martínez festejou com exuberância os golos que ditaram a reviravolta, a primeira que conseguiu ao serviço da Seleção Nacional. O selecionador de Portugal explicou as opções que tomou, algumas surpreendentes, atribuindo o mérito ao trabalho que os jogadores fizeram.
Como justifica esta reviravolta?
—Foi a primeira vez que demos a volta a um resultado. Acreditámos, mostrámos uma personalidade incrível. Acontece no futebol uma equipa lutar, tudo a correr bem para ela... A Chéquia tinha muitos problemas para controlar o jogo. Não tinham essa intenção, mas o nosso jogo puxou-os para defender baixo. Acreditámos e mostrámos uma personalidade incrível.
O que pretendeu com a aposta em Nuno Mendes como central?
—Nuno Mendes tem grande capacidade física, bom pé esquerdo. Tínhamos a Chéquia com muita presença física e tínhamos de abrir. Era importante para ter o Rafael Leão por fora. Importante é o onze que termina e que dá um nível que acrescenta e ajuda. Mostra a boa fase de preparação.
O que disse ao Francisco Conceição?
—O Francisco merece estar na seleção e mostrou que está preparado para ajudar o grupo. Tem uma maturidade incrível, é perigoso dentro da área e mostrou isso. Trabalha sempre comum olhoàf rente da baliza,é vertical, tem cheiro de golo. Foi o espalha-brasas que precisávamos. Para um sele cio na dor, apostar num jogador que sai do banco e mostra o que ele mostrou, assim como o Pedro Neto, o Nélson Semedo, o Gonçalo Inácio e o Diogo Jota, é muito importante. O Chico está afaz e roque fez nos últimos quatro meses na sua equipa.Mostrou personalidade e as valências que o trouxeram para a seleção.
Esses “espalha-brasas” não deviam ter entrado mais cedo?
—Para o selecionador há mais pontos para avaliar, não só do ponto de vista tático ou físico... 18 remates, 13 cantos. A resposta é clara... Ganhámos não por uma questão tática, técnica ou física, ganhámos porque o grupo está junto e mostrámos valores de resiliência e de vontade e de acreditar, de um balneário que quer dar tudo por Portugal. Para um selecionador é o máximo. Mostrámos a força dos 26 jogadores. Temos ainda de agradecer aos nossos adeptos. Pelo ambiente que eles criaram, não podíamos perder este jogo. Os jogadores mostraram vontade de crescer durante o Europeu.
Sente que a forma como Francisco Conceição festejou o golo foi por tudo aquilo que o pai passou?
—Não. O Chico tem família, como têm os outros. É um sacrifício pelo qual passam todas as famílias. É fácil ter uma opinião de fora porque conhecemos o pai do Chico. O Pedro Neto também entrou depois de uma época muito difícil, com lesões e muitas horas de recuperação em silêncio. Mostrámos que somos uma família.
Vitinha já ganhou um lugar no onze?
—O Vitinha foi importante tanto dentro como fora do relvado nos três jogos particulares. É importante ter jogadores como ele, porque pode ter um controlo do jogo, como ele fez. Mostrámos coração, mas também disciplina. Jogámos, controlámos e não deixámos que a Chéquia pudesse marcar novamente. É bom ver o Vitinha ao mais alto nível de sempre na seleção.
“Foi a primeira vez que demos a volta a um resultado. Acreditámos, mostrámos uma personalidade incrível”
“Nuno Mendes tem grande capacidade física, bom pé esquerdo”
“O Francisco merece estar na seleção. Tem uma maturidade incrível, é perigoso, vertical e tem cheiro de golo”
“Vitinha foi importante tanto dentro como fora do relvado. É bom ver o Vitinha ao mais alto nível de sempre na seleção”