Conceição tem o futuro nas mãos
Sete anos é uma eternidade quando se fala na carreira de um treinador e há coisas que se perdem na memória, mas nunca é demais recordar que há um antes e um depois de Sérgio Conceição no FC Porto, mas também no futebol português. A hegemonia que o Benfica exerceu durante os quatro anos anteriores esfumou-se mais depressa do que leva a dizer “pentacampeão”. Pelo caminho, o FC Porto ganhou algum fôlego respirar apesar do garrote imposto pelo fair-play financeiro da UEFA, em larga medida graças aos milhões que as equipas de Conceição acumularam na
Champions, mas também às transferências de jogadores que descobriu, reinventou e desenvolveu para resolver as limitações a que esteve quase sempre sujeito, bem como às sucessivas perdas de talento para campeonatos mais atrativos. Em sete anos, Sérgio Conceição venceu três campeonatos, quatro Taças de Portugal, três Supertaças e uma Taça da Liga. Com exceção da última, nas épocas em que não foi campeão, manteve o FC Porto na luta pelo título até ao fim e nunca ficou abaixo dos 80 pontos, sendo dele o recorde pontual numa edição da Liga: 91 em 2021/22. Este ano, o mais complicado dos sete que passou no banco dos dragões, ficou marcado pela turbulência provocada pelas eleições para a presidência, mas nem por isso o FC Porto acabou de mãos a abanar, celebrando a conquista da 20.ª Taça de Portugal, ganha ao campeão Sporting com quem o FC Porto já tem encontro marcado na Supertaça. Sérgio Conceição estará de saída do FC Porto e a decisão será dele. A confirmar-se, os portistas apenas têm de lhe agradecer tudo o que fez num dos períodos mais difíceis da história do clube e esperar que o sucessor, tal como ele, também venha para ensinar.
Sérgio Conceição disse que já tomou uma decisão em relação ao futuro e o contrato com o FC Porto permite desvincular-se unilateralmente. Saindo, os portistas só têm de lhe agradecer os últimos sete anos.