O Jogo

Uma final entre quatro grandes

- Nuno Correia da Silva Administra­dor de empresas

OJogo da final da Taça de Portugal iniciou-se com um futebol de entrega total, um futebol aguerrido, físico, intenso, com ambas as equipas a procurarem o golo, em total sintonia para com as expectativ­as criadas. Todavia, a expulsão de um jogador do Sporting provocou um desequilíb­rio numérico que alterou por completo a dinâmica do jogo. A velocidade e a intensidad­e deram lugar à táctica, foi interessan­te ver como os treinadore­s tentavam corrigir, em momento real, os pontos fracos que cada equipa apresentav­a.

Estando na presença de dois dos melhores treinadore­s portuguese­s e, segurament­e, os dois melhores a treinar em Portugal, o jogo proporcion­ou aos espectador­es uma lição de estratégia, oferecida por dois grandes protagonis­tas.

Revelou a tendência dominante no futebol actual, onde os treinadore­s são a “pedra de Abóboda” de qualquer equipa. Uma lição a

Os dois melhores treinadore­s em Portugal proporcion­aram uma lição de estratégia

reter e a seguir. Sobretudo no futebol de formação.

Se é fácil reconhecer o mérito perante grandes resultados, sobre vitórias e conquistas de títulos, nomeadamen­te nos clubes que têm os holofotes sobre si, já é mais difícil identificá-lo num treinador de um pequeno clube, de um clube de formação, de um clube em que todos os meios faltam, mas mesmo assim conseguem revelar talentos.

São estes clubes que permitem a Portugal ter no futebol o que não encontra em qualquer outra “indústria”, estar nos seis melhores do mundo.

À frente destes pequenos clubes estão bons dirigentes e grandes treinadore­s, treinadore­s que se agigantam, não pelos resultados, mas pelo valor que conseguem retirar de cada jogador.

São professore­s porque também ensinam, são conselheir­os porque também aconselham, são líderes porque de muitos conseguem fazer um, uma equipa. Veem mais além, veem o que cada um pode ser antes do próprio descobrir, por isso a humildade do jogador, a disponibil­idade e o espírito de entrega, são atributos indispensá­veis para um treinador fazer o seu trabalho.

O que aconteceu no Jamor foi o exemplo maior do que os treinadore­s conseguem quando os deixam trabalhar.

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