O Jogo

“Benfica é espinha atravessad­a”

Técnico do Marselha no confronto entre as equipas em 1990 vive “todos os dias” o afastament­o ante os encarnados

- MARCO GONÇALVES

A O JOGO, o treinador francês declara que a eliminação na Taça dos Campeões Europeus foi “um trauma e uma lição”. Sobre a eliminatór­ia atual, dá vantagem ao Marselha pelo factor casa na 2.ª mão.

Benfica e Marselha encontram-se pela terceira vez na história das provas da UEFA, sendo que a primeira, nas meias-finais da Taça dos Campeões Europeus em 1990, foi marcante. Tudo devido “ao célebre jogo da mão de Vata”, como classifica a O JOGO Gérard Gili, técnico dos franceses nessa eliminatór­ia, a propósito do golo que ditou a vitória das águias por 1-0 na Luz e consequent­e qualificaç­ão.

“Lembro-me todos os dias desse jogo. Ele nega, é normal que o diga e que mantenha a sua versão mesmo depois destes anos. Mas foi mão. O problema é que devíamos ter feito a diferença no jogo da primeira mão, em Marselha, mas vencemos apenas por 2-1. O Benfica é uma espinha atravessad­a na garganta do clube e dos adeptos, dos marselhese­s”, atira, reforçando: “Esse jogo foi um trauma, mas também uma lição. Mostra que uma competição europeia, e a Taça dos Campeões Europeus, não é a mesma coisa que o campeonato, as condições não são as mesmas. Três anos depois o clube venceu a Taça dos Campeões Europeus, essa eliminação serviu de aprendizag­em.”

Adiantando que esta eliminatór­ia “entre Benfica e Marselha é muito falada” na cidade, recordou a mensagem que deixou então aos jogadores – “disse-lhes que era injusto por tudo o que tínhamos feito”, revela –, consideran­do que “este Marselha é uma equipa menos forte” do que a de 1990. “Nesse ano podíamos ter vencido a prova, agora o Marselha está na Liga Europa, está a um nível mais baixo, tem menos meios do que tínhamos na altura”, frisa, prevendo para amanhã “um jogo equilibrad­o”. “As duas equipas têm o mesmo valor e quem jogar mais e melhor a nível ofensivo e for capaz de aproveitar as oportunida­des poderá sair por cima. Isso fará a diferença”, declara, consideran­do em relação à eliminatór­ia, que vê “também equilibrad­a, que o Marselha tem uma pequena vantagem por fazer o segundo jogo em casa”. “Isso é positivo, vai ter os seus adeptos a apoiar. O Vélodrome tem um grande ambiente e se o resultado for equilibrad­o na primeira mão o público poderá ajudar. É um público muito fervoroso, tal como também acontece em Lisboa”, diz, entendendo que “o Benfica, para ter mais aspirações a passar, terá de fazer um bom resultado na primeira mão”.

“Este Marselha é menos forte do que o meu. Nesse ano podíamos ter vencido a prova, agora é Liga Europa, a um nível mais baixo”

Gérard Gili Antigo treinador do Marselha

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Vata festeja o golo que valeu a qualificaç­ão ante o Marselha, em 1990

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