Constantino critica falta de propostas
Campanha eleitoral confirmou, segundo o presidente do COP, ausência de “linha orientadora” para o desporto nacional. “É o habitual”, disse
Comité Olímpico Português enviou, no fim de janeiro, um conjunto de propostas aos partidos concorrentes às eleições com temas que considera urgente abordar. Não se ouviu, porém, falar deles.
José Manuel Constantino, presidente do Comité Olímpico de Portugal, lamentou ontem o menosprezo a que foi votado o desporto nos programas dos partidos políticos concorrentes às eleições legislativas de amanhã. Constantino destacou a ausência de “uma linha orientadora” para o setor do desporto, manifestando descrença numa mudança resultante do sufrágio. “É o habitual. Creio que não há nenhuma novidade nessa matéria. Não tivemos nenhuma surpresa, nem boa nem má. É igual”, respondeu, ao ser questionado sobre o facto de não se ter falado de desporto na campanha eleitoral.
A 30 de janeiro, o COP enviou aos partidos uma lista de recomendações para os respetivos programas, apontando três temas como prioritários: a reforma do estatuto do dirigente desportivo em regime de voluntariado; o modelo de financiamento do desporto nacional; e a orgânica do Instituto Português do Desporto e Juventude. “Com toda a franqueza, não há uma linha orientadora em nenhum programa eleitoral que faça per
ceber qual é o sentido que se pretende para o desenvolvimento desportivo nacional e quais são as medidas de política desportiva que se pretendem implementar. Com todo o respeito que me merecem os partidos políticos, [...] não encontro em nenhum dos programas que foram apresentados uma linha orientadora que defina um sentido, que defina um caminho, que faça uma avaliação da situação e que defina metas e objetivos a atingir com o mínimo de sentido possível”, defendeu
o líder do COP, à margem da homenagem às atletas pioneiras em cada modalidade na representação de Portugal em Jogos Olímpicos (ver texto em baixo), que teve ontem lugar na sede do organismo, em Lisboa.
“Gostava de ser surpreendido com boas notícias e com boas medidas de política desportiva. Mas, até à data, não encontro nenhum dado tangível que me faça sustentar essa possibilidade. Mas pode haver uma surpresa”, concluiu Constantino.
“Não há nenhuma linha orientadora em nenhum programa eleitoral que faça perceber qual é o sentido que se pretende para o desporto”
José Manuel Constantino Presidente do COP