Diário de Notícias

António Costa agradece apoio do Governo: é “marca de qualidade” da democracia nacional

Ex-primeiro-ministro voltou a São Bento para ser recebido pelo sucessor, Luís Montenegro. O atual chefe de Governo reiterou apoio e relevou a “elevada exigência” das funções.

- TEXTO RUI MIGUEL GODINHO Com LUSA

Quatro dias depois da escolha de António Costa para presidente do Conselho Europeu, o primeiro encontro entre Luís Montenegro e o ex-primeiro-ministro. E foi com “orgulho” que António Costa voltou a São Bento, onde foi recebido pelo atual chefe de Governo.

Nesse encontro, o primeiro-ministro prometeu ao seu antecessor “total colaboraçã­o e cooperação” enquanto exercer funções e, classifico­u Montenegro, Costa será “mais um português” a ocupar um cargo internacio­nal “relevantís­simo”. Nas palavras do próprio presidente do Conselho Europeu indigitado: este apoio do Governo “é uma marca da qualidade” da democracia portuguesa no cinquenten­ário do 25 de Abril.

Mas, segundo Luís Montenegro, este apoio à escolha de António Costa não foi exclusivo do Governo português. A confiança dos outros 26 Estados-membros foi “esmagadora” para uma função “de elevada exigência”, uma vez que terá de procurar “os consensos e convergênc­ias ou maiorias para se avançar num projeto político de paz e de prosperida­de”.

Segundo o primeiro-ministro, Portugal aproveitou, desde já, para discutir prioridade­s no âmbito da agenda estratégic­a, que ficará marcada pelo “objetivo de um possível alargament­o com grandes implicaçõe­s do ponto de vista da reforma das instituiçõ­es europeias”. Além da entrada de novos Estados-membros, os próximos anos ficarão também marcados por novas regras do quadro financeiro plurianual. Neste contexto, Luís Montenegro referiu que “Portugal tem interesses muito próprios”, como a “manutenção das políticas de coesão e a participaç­ão do país em novos processos de financiame­nto”, por exemplo.

Apesar de formalment­e ainda não ter assumido funções (acontecerá a 1 de dezembro deste ano), António Costa já ouviu também que, aquando do último Conselho Europeu, Luís Montenegro acrescento­u alguns pontos à agenda estratégic­a da

União Europeia, nomeadamen­te em relação à política da água.

Já António Costa reconheceu que Luís Montenegro não só apoiou como teve “empenho para que a eleição tivesse sido possível”. “Sei bem o esforço que fez para mobilizar o conjunto dos apoios, não só no PPE [Partido Popular Europeu, é o maior grupo do Parlamento Europeu], mas também no Conselho Europeu”, acrescento­u.

Mostrando-se ciente da responsabi­lidade que é liderar o Conselho Europeu, António Costa disse querer

“valorizar o país”, algo que sente que acontece sempre que um português desempenha cargos internacio­nais.

Quando tomar posse para um mandato de dois anos e meio, António Costa tornar-se-á, em simultâneo, o primeiro português e o primeiro socialista a presidir à estrutura europeia que junta os chefes de Governo e de Estado dos 27 membros da União Europeia. Desde 2019 que o cargo é ocupado pelo liberal belga Charles Michel.

Além do nome de António Costa para presidir ao Conselho Europeu, a última reunião deste órgão escolheu ainda Ursula von der Leyen para continuar a presidir à Comissão Europeia e Roberta Metsola deverá continuar a presidir ao Parlamento (este é, no entanto, o único cargo que é votado diretament­e e não necessita de um consenso dos Estados-membros). Kaja Kallas, primeira-ministra da Estónia, foi ainda escolhida para ser Alta-Representa­nte da União para os Negócios Estrangeir­os e Política de Segurança.

“Sei bem o esforço que [o primeiro-ministro, LuísMonten­egro]fezpara mobilizar o conjunto dos apoios, não só no PPE, mas também no Conselho Europeu.”

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António Costa foi recebido por Luís Montenegro em São Bento.

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