Desembarque nos quartos começou mal mas acabou em goleada
Autogolo de Le Normand deixou Geórgia na frente mas Espanha venceu tranquilamente. Segue-se final antecipada com Alemanha.
Mais um autogolo, o oitavo deste Euro, ainda levantou a hipótese de nova surpresa. Mas a Espanha não foi em cantigas e arrumou a proeza georgiana na gaveta de recordações, voltando a golear a equipa de Willy Sagnol, agora por 4-1, e carimbando o bilhete para uma final antecipada frente à anfitriã Alemanha nos quartos.
Em Colónia, num relvado que se foi revelando cada vez mais escorregadio, Espanha, com o onze que De La Fuente tem utilizado, cedo se lançou na procura de um golo, perante um adversário que goleara fora na fase de qualificação (7-1). No seu 5x3x2, a Geórgia cerrou fileiras e mostrou que não estava disposta a permitir nova “brincadeira” à Roja, mesmo que tenha passado por uma série de calafrios desde os minutos iniciais – mostrando que Mamardashvili foi um dos melhores guarda-redes deste Europeu . Só que, na primeira vez que o conjunto de Sagnol conseguiu sair do seu meio-campo, marcou golo. Marcou é forma de dizer: depois de um lance bem construído, o lateral Kakabadze fugiu pela direita, centrou e a bola acabou por desembarcar na barriga de Le Normand, ressaltando para o fundo da baliza e levando à loucura jogadores e apoiantes dos caucasianos (18’).
Espanha sentiu o golo, o primeiro que sofreu na competição, quando tinha uma posse de bola a rondar os 85%. As trocas de passes deixaram de surgir com tanta fluidez e os georgianos, entusiasmados, conseguiam dar um festival de “cuecas”, embora quase raramente conseguindo transportar a bola. Mamardashvili voltou a impor-se a remates de Cucurella (35’) e Nico Williams (38’) mas nada pôde fazer a um tiro cruzado de Rodri desferido à entrada da área: a bola passou no meio das pernas de um defesa e foi entrar bem junto ao poste esquerdo da baliza georgiana (39’).
A segunda parte não trouxe grandes alterações ao que se passara na primeira. “Kvaradona” tentou surpreender do meio-campo um Unai Simón que se encontrava adiantado mas a bola saiu ao lado (48’). Na resposta, Yamal ganhou um livre frontal. Não passou o teste (da barreira) mas graduou-se logo a seguir na disciplina “cruzamentos”, tirando nota 20 para a cabeça de Fabián Ruiz, que em cima da baliza não falhou e colocou Espanha na frente (51’).
Mesmo a perder a Geórgia raramente arriscou procurar o empate. Uma boa abertura de Kvaratskhelia deixou em Tsitaishvili em boa posição mas o remate saiu torto (68’) e rapidamente se provou que o risco seria fatal. Uma perda de bola, um lançamento longo de Fabián Ruiz e Nico Williams fez o quis: driblou o último defesa e disparou um tiro indefensável, arrumando de vez com qualquer dúvida que existisse (75’). Dani Olmo (84’) também entrou para a lista de marcadores, com um remate à entrada da área.