A musa do cowboy tranquilo
A surpresa de Horizon é a presença da australiana Abbey Lee, uma verdadeira ladra de cenas. Ela é um espírito livre a tentar o bom cowboy de Costner. A atriz de Mad Max - Estrada da Fúria é uma presença marcante neste western que empodera as mulheres.
Como se sentiu quando foi escolhida por Kevin Costner para ser esta mulher tão sedutora e livre?
Quando recebi o telefonema, percebi que era um momento único na minha vida. Depois percebi que tinha esta escala, nem quis acreditar. Lembro-me que a primeira vez que me falou do projeto foi muito detalhado sobre a paisagem americana e sobre o coração da personagem. Quis que a minha personagem, mesmo durante toda aquela provação, tivesse um sentido de alegria e esperança. Ela é uma sobrevivente. Falou-me também muito de um sentido de família. Foi muito bonito trabalhar ao lado deste visionário. Que entusiasmo e paixão ele tem a filmar - isso depois espalha-se para os outros atores. Não o quis mesmo desapontar pois este era o projeto de sonho da sua vida. Além disso, fez-me sentir da sua família, é muito boa pessoa.
Muitos ficaram espantados por Horizon não ter sido um épico pensado para a televisão….
Seria tão mais fácil para ele se tivesse feito uma série. Para o Kevin era fundamental que isto fosse uma experiência cinematográfica. Não faz sentido irmos para o meio da natureza selvagem no Utah e depois não vermos o resultado num grande ecrã. Ele dedicou muito do seu tempo e esforço neste projeto… Tinha mesmo de ser para o cinema. Neste momento da sua carreira ele já merecia fazer um filme deste. E mandou às urtigas as regras. Aliás, aqui ele inventou as regras de como criar um colosso como este.
Em grande parte das filmagens os atores ficaram a viver na natureza, sem os luxos da civilização moderna. Foi um processo libertador?
Eu adoro estar em contacto direto com a natureza, longe de tudo. Para mim apenas foi difícil estar sempre aquele espartilho tão apertado! Quando se usa um espartilho não há como disfarçar: tem de estar bem apertado, não há como dar folga. Ao mesmo tempo, montar o cavalo, representar com temperaturas muito frias. Enfim, foi bom para incorporar todas as dificuldades dos pioneiros. Foi uma bênção ter sobrevivido.
Para si que tipo de western este filme é?
Quando se pensa em westerns, pensamos em Kevin Costner. E, agora, depois do sucesso de Yellowstone, creio que todo o género foi revitalizado. E para ele o western é o seu grande amor. Que bom ele estar a lembrar-nos onde tudo começou. Que bom ele ajudar a manter o western vivo!
“Não faz sentido irmos para o meio da natureza selvagem no Utah e depois não vermos o resultado num grande ecrã. Ele dedicou muito do seu tempo e esforço neste projeto…”