Antifascistas e nacionalistas envolvidos em confrontos
Os dois grupos concentraram-se no Padrão dos Descobrimentos. Houve provocações e agressões e a polícia foi obrigada a intervir.
Manifestantes antifascistas e nacionalistas envolveram-se ontem em confrontos ao final da tarde junto ao Padrão dos Descobrimentos, em Lisboa, e obrigaram à intervenção de agentes da PSP para pôr fim aos incidentes que poderiam ter tomado proporções maiores não fosse a pronta intervenção das forças de segurança
A Unidade Especial da Polícia foi obrigada a intervir perto das 18.00 de ontem sobre manifestantes de ambos os lados para os separar, constatou a agência Lusa no local. Depois de separar os dois grupos, a PSP usou momentaneamente bastões sobre estes manifestantes.
Os confrontos ocorreram após cerca de meia hora de provocações mútuas entre os dois movimentos que se encontravam separados por poucos metros – uma manifestação de vários movimentos antifascistas, intitulada “Não Passarão” (ver mais noticiário na pág. 17), e outra de cariz nacionalista, associada ao Grupo 1143. Além de cânticos, houve arremesso de balões com tinta, tochas e potes de fumo.
Na sequência dos incidentes, a PSP alargou o perímetro de segurança, afastando também turistas que se encontravam no local.
Após uma fase mais calma e sem incidentes das concentrações dos dois grupos, os elementos da manifestação nacionalista acabaram por deixar o local pelas 19.00. Foi já depois da saída destes elementos que se registou nova intervenção policial desta vez sobre alguns manifestantes antifascistas com bastonadas.
Questionado pela Lusa sobre a operação mobilizada para o Padrão dos Descobrimentos e a escalada de tensão, o porta-voz da PSP explicou que “é sempre difícil manter o equilíbrio” entre o direito à manifestação e a segurança, “ainda mais numa zona turística”.
“Terá havido um foco de tensão e arremesso de alguns objetos. Para evitar que escalasse para a desordem generalizada, interviemos e alargámos o perímetro de segurança. Temos de manter um equilíbrio entre liberdade e segurança. Enquanto a segurança não foi colocada em causa, demos espaço à liberdade; quando foi colocada em causa, separámos os grupos”, afirmou o subintendente Sérgio Soares. Assegurou também que houve apenas um “uso momentâneo e regulado” dos bastões pela PSP sobre os dois grupos de manifestantes.