Correio da Manha

Os reality shows já não são como antigament­e

- POR LUÍSA JEREMIAS DIRETORA ‘FLASH!’ E ‘TV GUIA’

Um destes dias, conversava eu com um amigo, daqueles fãs de há muito de reality shows, e confessava-me ele: “Sabes por que é que gosto da Bernardina? Porque ela é ‘à antiga’. Diz aquelas coisas que nos fazem rir”. Percebi o que queria dizer: Bernardina, que ficou em segundo lugar em ‘Dilema’, o reality que terminou no passado domingo e que embora nunca tenha ganho nenhum programa destes teve sempre o amor dos espetadore­s que continuam a sorrir com a sua forma franca de falar, é o exemplo absoluto do que eram os reality de antigament­e e o que deixaram de ser hoje. Bernardina, como ‘personagen­s’ como António, o pastor, Zé Maria das galinhas ou Telmo “da guarita” eram a essência do formato. As origens. Os espetadore­s gostavam deles porque sim, porque tinha

HOJE A PALAVRA MAIS ESCUTADA NUM REALITY SHOW É “JOGO”. TUDO É “JOGO”, NADA É REAL

graça. Hoje tudo mudou. Hoje a palavra mais escutada num reality é “jogo”. Tudo é “jogo”, nada alegadamen­te real. Importaram-se modelos mais duros, criaram-se grupos de apoio que gastam o dinheiro que têm e o que não têm a votar nos concorrent­es que apoiam, as discussões e os insultos tornaram-se o ‘modus (sobre)vivendis’ ali e assim se vai faturando e dando vitórias a quem tem apoiantes ou apoios para as comprar. Francisco Monteiro seguido por Savate, Inês e agora David Diamond são imagem dos novos tempos. Há dinheiro, há fãs, há vitória. Já para não falar em Bernardo Sousa e Bruna. É assim; novos tempos. Quem tem tem, quem não ‘tem’ que se vire para outros formatos porque não é para pobres.

 ?? ??

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Portugal