Austrália quer impor limites nas redes
ACESSO Governo quer aprovar medida que interdite o uso das plataformas a crianças e adolescentes ª TECNOLOGIA Especialistas acreditam que a intenção não será fácil de pôr em prática
u A Austrália quer impor um limite mínimo de idade para a utilização de redes sociais, alegando preocupações relacionadas com a saúde mental e física dos mais jovens.
O limite ainda não está totalmente definido, mas de acordo com declarações do primeiro-ministro australiano, Anthony Albanese, à Australian Broadcasting, citado pela Reuters, será muito provavelmente estipulado entre os 14 e os 16 anos.
O Governo australiano quer que a nova lei entre em vigor ainda este ano, mas antes ainda serão realizados “testes de verificação”. Caso a lei seja aprovada, a Austrália ficará entre os primeiros países do Mundo a impor restrições aos mais jovens no acesso às redes sociais. Vários outros países tentaram criar legislação deste teor, mas recuaram, perante reclamações sobre a violação dos direitos online dos menores.
A Austrália, todavia, parece estar verdadeiramente empenhada e unida em torno da questão. O líder da oposido ção, Peter Dutton, já fez saber que irá apoiar a decisão. “Cada dia de atraso deixa os jovens vulneráveis aos danos das redes sociais e é altura de confiar nas empresas de tecnologia para impor limites de idade”, afirmou.
No entanto, não é claro que exista tecnologia para impor tais proibições de forma fiável, afirmou um professor associade computação e tecnologia da informação da Universidade de Melbourne, Toby Murray.
“Já sabemos que os métodos atuais de verificação de idade não são fiáveis, são demasiado fáceis de contornar ou põem em risco a privacidade dos utilizadores”, afirmou. Mas o primeiro-ministro não desarma: “As empresas de redes sociais não estão acima de toda a gente. Têm uma responsabilidade social que, neste momento, não a estão a exercer. Mas nós estamos determinados a garantir que o façam”, vincou Albanese.
LÍDER DA OPOSIÇÃO JÁ FEZ SABER QUE NÃO VAI COLOCAR OBSTÁCULOS À DECISÃO DO GOVERNO