Correio da Manha

Armando e Hernâni já podem falar

Medidas de coação caducaram por ter passado um ano sem que o Ministério Público tenha deduzido acusação ª PROCESSO Cofundador da Altice e empresário são suspeitos de corrupção

- Débora Carvalho

Armando Pereira, cofundador da Altice, e o amigo Hernâni Vaz Antunes, suspeitos de corrupção na ‘Operação Picoas’, já podem falar. As medidas de coação caducaram automatica­mente por ter passado um ano sem que o Ministério Público tenha deduzido acusação. Proibição de contactos entre arguidos e pessoas da Altice e proibição de viajar para fora do Espaço Schengen foram algumas das medidas que ficaram sem efeito.

Armando Pereira e o empresário bracarense foram dois dos detidos, há um ano, por suspeitas de viciação de decisões da Altice com práticas que terão lesado empresas do grupo. Foram interrogad­os pelo juiz de instrução, na altura Carlos Alexandre, e ficaram ambos em prisão domiciliár­ia, medida de coação que viria a ser substituíd­a por caução: 10 milhões de euros para Armando e um milhão e meio de euros para Hernâni - e que ainda permanece. A investigaç­ão sustenta que o Estado terá sido lesado em 100 milhões e terão sido desviados pelo menos 250 milhões da Altice. Sustenta a investigaç­ão que Armando Pereira se deixou alegadamen­te corromper por Hernâni, seu amigo desde o final da década de 90. A principal empresa de Hernâni multiplico­u 100 vezes a faturação com o grupo Altice, entre 2016 e 2021, alegadamen­te através de um esquema de pagamento de comissões.

Depois das buscas, detenções e apreensões, o processo ‘Picoas’ está praticamen­te parado há um ano sem qualquer diligência relevante conhecida ou constituiç­ão de novos arguidos. O processo tem dezenas de escutas e, sabe o CM, aguarda pela resposta de pedidos de cooperação com vários países.

PROCESSO ESTÁ PARADO HÁ PRATICAMEN­TE UM ANO SEM DILIGÊNCIA­S CONHECIDAS

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1Armando Pereira, cofundador da Altice 2Hernâni Vaz Antunes

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