Armando e Hernâni já podem falar
Medidas de coação caducaram por ter passado um ano sem que o Ministério Público tenha deduzido acusação ª PROCESSO Cofundador da Altice e empresário são suspeitos de corrupção
Armando Pereira, cofundador da Altice, e o amigo Hernâni Vaz Antunes, suspeitos de corrupção na ‘Operação Picoas’, já podem falar. As medidas de coação caducaram automaticamente por ter passado um ano sem que o Ministério Público tenha deduzido acusação. Proibição de contactos entre arguidos e pessoas da Altice e proibição de viajar para fora do Espaço Schengen foram algumas das medidas que ficaram sem efeito.
Armando Pereira e o empresário bracarense foram dois dos detidos, há um ano, por suspeitas de viciação de decisões da Altice com práticas que terão lesado empresas do grupo. Foram interrogados pelo juiz de instrução, na altura Carlos Alexandre, e ficaram ambos em prisão domiciliária, medida de coação que viria a ser substituída por caução: 10 milhões de euros para Armando e um milhão e meio de euros para Hernâni - e que ainda permanece. A investigação sustenta que o Estado terá sido lesado em 100 milhões e terão sido desviados pelo menos 250 milhões da Altice. Sustenta a investigação que Armando Pereira se deixou alegadamente corromper por Hernâni, seu amigo desde o final da década de 90. A principal empresa de Hernâni multiplicou 100 vezes a faturação com o grupo Altice, entre 2016 e 2021, alegadamente através de um esquema de pagamento de comissões.
Depois das buscas, detenções e apreensões, o processo ‘Picoas’ está praticamente parado há um ano sem qualquer diligência relevante conhecida ou constituição de novos arguidos. O processo tem dezenas de escutas e, sabe o CM, aguarda pela resposta de pedidos de cooperação com vários países.
PROCESSO ESTÁ PARADO HÁ PRATICAMENTE UM ANO SEM DILIGÊNCIAS CONHECIDAS