Produção de vinho atinge valor mais alto desde 2001
CONTRASTE Em ano de produção recorde, consumo de vinho baixou 9,2% e exportações caíram 26% ªREDUÇÃO Seca severa levou a que a campanha de cereais em 2022/2023 fosse a “pior de sempre”
u A produção de vinho em Portugal atingiu os 7,4 milhões de hectolitros em 2023, o que corresponde ao resultado mais alto desde 2001, divulgou ontem o Instituto Nacional de Estatística (INE). Já a campanha dos cereais foi a “pior de sempre” para todas as espécies cerealíferas, segundo a mesma fonte.
Os dados constam do documento ‘Estatísticas Agrícolas 2023’, elaborado pelos técnicos do INE, em que é referido que a campanha de 2022/2023 em Portugal continental se caracterizou “em termos meteorológicos como a mais quente desde que há registos sistemáticos (ano agrícola 1931/1932)”.
A seca severa foi, aliás, principal responsável pela redução na produção de cereais. Segundo o INE, “a primavera de 2023 foi a segunda mais seca desde 1931 (atrás da primavera de 2009) e a mais quente deste século”.
Em sentido inverso, a produção de vinho foi a melhor desde 2001, embora o consumo desta bebida tenha diminuído 9,2%, “particularmente no que respeita aos vinhos sem certificação”, refere a autoridade estatística nacional. De igual forma, as exportações do setor tiveram também uma diminuição significativa, de quase 26%.
O azeite, outro bem importante para o setor agrícola nacional, registou uma produção que ultrapassou os 1,75 milhões de hectolitros, o que corresponde à segunda campanha oleícola mais produtiva de sempre.
Refira-se que o défice da balança comercial dos produtos agrícolas e agroalimentares (exceto bebidas) atingiu 5,5 mil milhões de euros, mais 315 milhões face ao ano anterior.
PAÍS TEM UM DÉFICE DE 5,5 MILHÕES DE EUROS NAS TROCAS AGRÍCOLAS COM OUTROS PAÍSES