Correio da Manha

Tema das reparações “nunca se colocou”

ESCLARECE Tema das reparações históricas levantado por Marcelo foi questão que em Luanda não foi colocada sobre a mesa, diz João Lourenço ª VISTOS Montenegro assegura que cidadãos de países da CPLP têm “porta preferenci­al” para entrar em Portugal

- João Maltez*

uO Presidente angolano, João Lourenço, disse ontem que Luanda “nunca colocou” sobre a mesa a questão das reparações históricas, porque “teria de se mexer em muita coisa” e os países colonizado­res não teriam capacidade de pagar “o justo valor” pelas reparações. A afirmação foi feita numa conferênci­a de imprensa conjunta com o primeiro-ministro português, Luís Montenegro, que se encontra de visita oficial a Angola até quinta-feira.

O tema das reparações históricas foi lançado pelo Presidente da República português, Marcelo Rebelo de Sousa, que em abril veio defender que o nosso país deveria liderar o processo de assumir e reparar as consequênc­ias do período do colonialis­mo, e sugeriu como exemplo o perdão de dívidas, cooperação e financiame­nto. Algo que divide a sociedade portuguesa.

No primeiro dia da visita oficial a Angola, Luís Montenegro anunciou o reforço da linha de crédito com apoio de Portugal para investir em Angola em mais 500 milhões de euros, a juntar aos atuais dois mil milhões de euros, e assumiu como objetivo dar um “novo grande impulso” nas relações entre os dois países.

O primeiro-ministro português assumiu, por outro lado, que os cidadãos da Comunidade dos Países de Língua Oficial Portuguesa (CPLP) têm uma “porta preferenci­al” para entrar em Portugal. “Os países onde se fala português e os seus cidadãos têm, do ponto de vista da nossa política migratória, uma porta preferenci­al”, por razões “culturais, históricas, de partilha de língua e de partilha de valores”.

Questionad­o sobre a questão dos vistos para entrar em Portugal, Luís Montenegro destacou o facto de Angola ter sido o “segundo país que mais vistos CPLP requereu”, com uma “taxa de aprovação de 89%”.

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Luís Montenegro com o Presidente angolano, João Lourenço

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