Acelerar a Economia
OConselho de Ministros aprovou na passada semana um pacote de 60 medidas que dão corpo ao Programa ‘Acelerar a Economia’, tendo o Ministro Pedro Reis frisado que o mesmo não se limita a transpor as propostas do programa da Aliança Democrática, enriquecendo-o com a realização de um processo de auscultação alargado com os representantes dos diferentes setores.
Talvez daí resulte, aliás, o acolhimento genericamente muito positivo que este conjunto ambicioso de iniciativas mereceu de estruturas empresariais, agentes de dinamização económica e demais entidades ligadas ao(s) setor(es) abrangidos. Recorde-se que na base deste programa de estímulo ao “crescimento, competitividade, internacionalização, inovação e sustentabilidade” está a constatação do crescimento anémico da nossa economia desde o ano 2000, com valores médios de 0,8% ao ano, e apenas 0,7% para a produtividade. O objetivo agora é de atingir os 3,5% anuais nesta legislatura e superar os 4% na próxima. Este histórico muito contribuiu também para a perda de atratividade salarial das nossas empresas, com um aumento brutal de pessoas que apenas recebem o salário mínimo (mesmo que este tenha crescido), um esmagamento dos níveis de salário médios e uma fuga significativa de quadros qualificados para o exterior. Para ‘Acelerar a Economia’, o Governo propõe-se agora a reduzir a carga fiscal; alargar consideravelmente os mecanismos de estímulo à inovação e empreendedorismo, atraindo doutores e quadros superiores para a gestão e atividade das empresas (em particular de start-ups); e desenvolvendo ações de capacitação e qualificação da generalidade dos recursos humanos, tornando mais ágil a gestão dos diversos sistemas de incentivos. Além de um leque vasto de iniciativas de cariz setorial que vão ao encontro de domínios estratégicos – a Defesa, o Mar, o Turismo, a Indústria 2045 e as áreas deep-tech -, o Governo introduz vários estímulos ao reforço das políticas de
No ‘Acelerar a Economia’, o Governo reforça a capacidade de financiamento das empresas
sustentabilidade e cria mecanismos de reforço da capacidade de financiamento das empresas, nalguns casos com contributos tão simples quanto a redução dos seus prazos de pagamento ou o alargamento do IVA de Caixa. A única área porventura omissa deste Plano prende-se com a sua operacionalização, à luz da necessidade de reestruturação orgânica do Ministério e à sua melhor articulação com estruturas internacionais, nacionais e locais que cobrem estas temáticas.