Correio da Manha

NATO Sombras e ince nos 75 anos da A

AMEAÇAS Ucrânia será o tema principal de um encontro marcado as capacidade­s de Biden e o fantasma do regresso de Trump ª GUE pacote de ajuda militar de 40 mil milhões de euros a Kiev e anunciar

- Ricardo Ramos

u Os líderes dos 32 Estados-membros da NATO reúnem-se entre amanhã e quinta-feira em Washington para celebrar o 75.º aniversári­o da Aliança Atlântica, mas o ambiente está longe de ser de celebração, com a guerra na Ucrânia e as crescentes dúvidas sobre a capacidade de Joe Biden para evitar o regresso de Donald Trump à Presidênci­a dos EUA no centro de todas as preocupaçõ­es.

Criada em 1949 para garantir a defesa coletiva dos seus membros face à ameaça soviética, a NATO ganhou uma nova vitalidade e propósito após duas décadas de relativa estagnação graças à invasão russa da Ucrânia em 2022, numa espécie de regresso à sua missão original. Este ano, por exemplo, 23 dos 32 Estados-membros cumpriram o objetivo de destinar 2% dos PIB aos gastos com Defesa, um recorde face a anos anteriores, embora ainda longe do desejado.

A Cimeira de Washington foi inicialmen­te planeada como uma oportunida­de para celebrar o ressurgime­nto de uma Aliança “mais forte e unida que nunca”, nas palavras do secretário-geral Jens Stoltenber­g, mas as preocupaçõ­es com o futuro e, principalm­ente, o espetro do possível regresso de Trump vieram toldar o otimismo inicial. Um diplomata europeu descreveu na semana passada o ambiente como “sombrio”, principalm­ente desde a desastrosa prestação de Biden no debate presidenci­al, que veio tornar ainda mais premente a necessidad­e de transforma­r a Aliança numa organizaçã­o “à prova de Trump”, como tem sido insistente­mente referido nos bastidores.

Uma forma de o fazer é garantir que a NATO passará a ter um papel principal na coordenaçã­o da ajuda militar à Ucrânia - vai ser formalizad­o na cimeira um novo pacote de 40 mil milhões de euros para o próximo ano - e na formação de militares ucranianos, deixando de estar tão dependente dos EUA.

A Aliança Atlântica vai ainda oferecer a Kiev uma “ponte para a adesão”, embora se mantenha firme na recusa de um compromiss­o formal para a Ucrânia se juntar aos aliados enquanto durar a guerra, para grande desilusão do Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, que será o convidado de honra da cimeira.

ALIANÇA ATLÂNTICA ESTÁ “MAIS FORTE E UNIDA QUE NUNCA”, MAS FUTURO TRAZ MUITAS DÚVIDAS

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