Teleconsultas sem proteção da privacidade dos doentes
Há pelo menos 176 hospitais e centros de saúde em Portugal que não garantem a privacidade dos utentes durante as teleconsultas. Esta é uma das conclusões de um estudo da Entidade Reguladora da Saúde (ERS), com base num inquérito que foi respondido em novembro de 2023 por 2515 estabelecimentos de saúde, quase metade do total, sendo que 48% dos que responderam são do setor público.
Em 7,4% das unidades de saúde (176), os responsáveis admitiram que as teleconsultas têm lugar com a presença de “outras pessoas alheias à relação terapêutica”, pondo em causa a privacidade do utente. Por outro lado, em 24,1% dos estabelecimentos (603) não se garantem “boas condições de luminosidade e/ou acústica”, o que pode
“comprometer a qualidade dos cuidados na medida em que pode afetar a perceção visual e auditiva do profissional de saúde e do utente”.
Dos hospitais e centros de saúde inquiridos, 70% (1764) realizam teleconsultas, mas a ERS detetou muitas situações em que não é garantido “o cumprimento integral dos direitos dos utentes”.
Um dos problemas passa pelo facto de 43,9% dos prestadores (1081) não disponibilizarem aos utentes o comprovativo de presença em teleconsulta que muitas vezes é necessário para apresentar na entidade patronal. Por outro lado, o direito do utente ao acompanhamento na consulta à distância não é assegurado em 7,4% dos estabelecimentos (186). Além disso, o acesso do utente à informação clínica relativa à teleconsulta não é garantido em 60,6% dos prestadores que responderam ao inquérito (1524).
Outro dos principais problemas é que 30% dos prestadores (754) admitem não realizar a “monitorização do cumprimento dos Tempos Máximos de Resposta Garantidos”. Segundo a ERS, isto pode comprometer “a garantia do direito de acesso a cuidados de saúde em tempo útil/razoável”.
DADOS Direitos dos utentes não estão a ser totalmente cumpridos, segundo um estudo da Entidade Reguladora da Saúde ª NOVO Unidades recusam comprovativo de presença e direito
a acompanhamento
CERCA DE 70% DOS ESTABELECIMENTOS DE SAÚDE REALIZAM TELECONSULTAS