Grandes desafios dos media em debate
u A sustentabilidade do setor da comunicação social dominou o debate `Estado da Nação dos Media' no 33.º Congresso da APDC, que teve ontem lugar no Auditório da Faculdade de Medicina Dentária de Lisboa. Neste contexto, Luís Santana, CEO da Medialivre (detém o CM), desmistificou a ideia de que o lançamento do novo canal do grupo - o Now, que chega dia 17 de junho - possa ser um fator de distorção no mercado, referindo que a grande preocupação é mesmo a migração da publicidade para o digital. “É um combate difícil, que já está espelhado nas dificuldades que enfrentamos atualmente, que é estar a competir num mercado global que não nos dá a mínima chance de sermos competitivos”, afirmou, avançando que a única medida para defender os `players' nacionais é a criação de “uma regulação europeia que ajude numa distribuição mais justa”.
Sobre o financiamento da RTP, Luís Santana disse que é preciso questionar o facto de uma entidade que tem financiamento público “em substância” estar em “ambiente competitivo” com os privabase dos. “Não discuto o financiamento, que está distribuído, mas posso discutir se está bem ou mal aplicado”, disse.
Questionado sobre como conseguir um negócio sustentável face à crise do setor, o CEO da Medialivre defendeu que “a gestão tem sempre responsabilidade no fim da linha”. Porém, instado a comentar o caso específico da Global Media, destacou que “também há decisões de editorial responsáveis pela degradação” das empresas. No mesmo debate, Nicolau Santos, presidente da RTP, defendeu que o Estado deve “apoiar o setor privado” de forma a garantir uma “comunicação social livre e independente”, enquanto Pedro Morais Leitão, CEO da Media Capital (TVI), afirmou que, sendo a informação “um bem público”, o financiamento público “devia ser repartido por todos”. Já Francisco Pedro Balsemão, CEO da Impresa (SIC), sublinhou que “sem sustentabilidade económica não existe independência”.
“A GESTÃO TEM SEMPRE RESPONSABILIDADE NO FIM DA LINHA”, DISSE LUÍS SANTANA