Aeroporto obriga a nova ponte sobre o Tejo
Construção do novo aeroporto em Alcochete implica fazer ponte de Lisboa ao Barreiro e ligação do TGV a Madrid VALOR Obra custa mais de 6,1 mil milhões de euros
u A construção do novo aeroporto em Alcochete, ontem anunciada pelo Governo, vai implicar a construção da terceira ponte sobre o Tejo, que será rodoferroviária e ligará Lisboa ao Barreiro, e a ligação ferroviária de alta velocidade entre a capital e Madrid. O Governo de Luís Montenegro pretende que estas três infraestruturas estejam em funcionamento em 2034.
Até lá, a ANA - Aeroportos de Portugal terá de fazer investimentos, que poderão ascender a 300 milhões de euros, no Aeroporto Humberto Delgado, na Portela, com vista a resolver os atuais constrangimentos.
A decisão política de avançar com o novo Aeroporto de Lisboa, em Alcochete, acontece após 50 anos de indecisão. A infraestrutura será construída no mesmo sítio
identificado pelo Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC), como alternativa à OTA, em 2008, num estudo solicitado pelo então Governo de José Sócrates.
O investimento na construção do novo aeroporto, em Alcochete, custará mais de 6,1 mil milhões de euros. Serão construídas duas pistas: a primeira estará concluída em 2030, e custará mais de 3,2 mil milhões de euros; e a segunda ficará pronta em 2031, sendo o investimento
superior a 2,8 mil milhões de euros. O objetivo é construir uma infraestrutura com capacidade para acomodar um tráfego de passageiros superior a 100 milhões no período pós-2050 (ver infografia).
No investimento total no novo aeroporto não estão incluídos os encargos com a construção da nova ponte sobre o Tejo e a ligação da linha de TGV de Lisboa a Madrid. A previsão aponta para que a ligação de TGV entre as capitais ibéricas esteja concluída em 2034.
Com a decisão política tomada, o Governo quer agora reduzir os prazos que permitam a obra avançar no terreno: por norma, são necessários entre 36 e 46 meses até a ANA apresentar uma candidatura completa, mas o Executivo vai negociar
com a ANA, empresa que tem a concessão dos aeroportos e é detida pelos franceses da Vinci, para encurtar o prazo, sobretudo nos primeiros seis meses. Nesta fase inicial, a ANA apresentará os projetos do custo da construção do aeroporto, modelo de financiamento e valor das taxas aeroportuárias. Se concluir que a construção do aeroporto é muito elevada, a ANA poderá tentar obter contrapartidas do Estado para fazer a obra.
AEROPORTO, PONTE E LIGAÇÃO DO TGV A MADRID ESTARÃO A FUNCIONAR EM 2034