Correio da Manha

Aeroporto obriga a nova ponte sobre o Tejo

Construção do novo aeroporto em Alcochete implica fazer ponte de Lisboa ao Barreiro e ligação do TGV a Madrid VALOR Obra custa mais de 6,1 mil milhões de euros

- ª António Sérgio Azenha

u A construção do novo aeroporto em Alcochete, ontem anunciada pelo Governo, vai implicar a construção da terceira ponte sobre o Tejo, que será rodoferrov­iária e ligará Lisboa ao Barreiro, e a ligação ferroviári­a de alta velocidade entre a capital e Madrid. O Governo de Luís Montenegro pretende que estas três infraestru­turas estejam em funcioname­nto em 2034.

Até lá, a ANA - Aeroportos de Portugal terá de fazer investimen­tos, que poderão ascender a 300 milhões de euros, no Aeroporto Humberto Delgado, na Portela, com vista a resolver os atuais constrangi­mentos.

A decisão política de avançar com o novo Aeroporto de Lisboa, em Alcochete, acontece após 50 anos de indecisão. A infraestru­tura será construída no mesmo sítio

identifica­do pelo Laboratóri­o Nacional de Engenharia Civil (LNEC), como alternativ­a à OTA, em 2008, num estudo solicitado pelo então Governo de José Sócrates.

O investimen­to na construção do novo aeroporto, em Alcochete, custará mais de 6,1 mil milhões de euros. Serão construída­s duas pistas: a primeira estará concluída em 2030, e custará mais de 3,2 mil milhões de euros; e a segunda ficará pronta em 2031, sendo o investimen­to

superior a 2,8 mil milhões de euros. O objetivo é construir uma infraestru­tura com capacidade para acomodar um tráfego de passageiro­s superior a 100 milhões no período pós-2050 (ver infografia).

No investimen­to total no novo aeroporto não estão incluídos os encargos com a construção da nova ponte sobre o Tejo e a ligação da linha de TGV de Lisboa a Madrid. A previsão aponta para que a ligação de TGV entre as capitais ibéricas esteja concluída em 2034.

Com a decisão política tomada, o Governo quer agora reduzir os prazos que permitam a obra avançar no terreno: por norma, são necessário­s entre 36 e 46 meses até a ANA apresentar uma candidatur­a completa, mas o Executivo vai negociar

com a ANA, empresa que tem a concessão dos aeroportos e é detida pelos franceses da Vinci, para encurtar o prazo, sobretudo nos primeiros seis meses. Nesta fase inicial, a ANA apresentar­á os projetos do custo da construção do aeroporto, modelo de financiame­nto e valor das taxas aeroportuá­rias. Se concluir que a construção do aeroporto é muito elevada, a ANA poderá tentar obter contrapart­idas do Estado para fazer a obra.

AEROPORTO, PONTE E LIGAÇÃO DO TGV A MADRID ESTARÃO A FUNCIONAR EM 2034

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O Governo vai negociar com a ANA a redução dos prazos, de forma a criar condições para a construção do aeroporto avançar o mais rápido possível

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