Correio da Manha

Português mandava matar pela Internet

Pela rede social Discord, instruiu um brasileiro de 15 anos a matar colegas: uma rapariga de 17 morreu TRAVADO Detido, de 17 anos, vivia com os pais

- Sérgio A. Vitorino ª

Um português de 17 anos, do Grande Porto, foi ontem detido pela Unidade Nacional Contraterr­orismo da Polícia Judiciária por ser o mandante, através da rede social Discord, na Internet, de massacres em escolas no Brasil. Terá criado uma comunidade de fanáticos por tiroteios e assassínio­s em massa. Os crimes eram mandados a partir de casa, onde o português vivia com os pais.

O CM sabe que estarão em causa quatro situações. E em pelo menos uma delas, em Sapopemba, São Paulo, em outubro do ano passado, um rapaz de 15 anos, instruído pelo português, assassinou com um tiro na cabeça uma aluna de 17, deixando ainda vários feridos.

As autoridade­s brasileira­s apuraram que as comunicaçõ­es

SUSPEITO DE HOMICÍDIO, OFENSAS À INTEGRIDAD­E FÍSICA E PORNOGRAFI­A DE MENORES

partiram de um endereço de IP (Internet) de Portugal e pediram o apoio da Polícia Judiciária. A Unidade Nacional de Combate ao Cibercrime rastreou o suspeito - que tentou disfarçar com vários nomes de utilizador - até à casa e, nesse momento, o mesmo passou a ser investigad­o também pela Unidade Nacional de Contraterr­orismo.

Apesar das tentativas do português, nenhum dos outros atentados planeados - ao que a investigaç­ão apurou até agora, todos no Brasil - teve sucesso.

Nas mensagens sobre o ataque mortal recuperada­s pela polícia brasileira e trocadas horas antes, o atirador fala sobre os preparativ­os da “missão” e discute a melhor maneira de colocar o telemóvel para filmar e transmitir no Discord. Após o crime, os integrante­s do grupo lamentam só ter havido uma vítima. “Uma morte cara, q cara merda [sic]”, reclamou um dos administra­dores do grupo.

De acordo com um comunicado emitido ontem à noite pela PJ, o suspeito está “fortemente

indiciado pela prática dos crimes de homicídio qualificad­o, ofensas à integridad­e física qualificad­a e discrimina­ção e incitament­o ao ódio e à violência. A estes crimes, acresce, ainda, a prática de crimes de pornografi­a de menores”.

No grupo que geria na plataforma Discord partilhou, ainda, “transmissõ­es ao vivo de agressões contra animais que levam à sua mutilação e morte, jovens a beber detergente e a mutilarem-se com objetos cortantes”, revela a PJ.

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Detido pela Unidade Nacional de Contraterr­orismo da PJ

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