O Estado de S. Paulo

Marina sugere criar lei de emergência climática

- LEVY TELES

A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, disse ontem que o Brasil precisa de uma legislação que crie a figura da “emergência climática” para contornar o teto de gastos, diante de catástrofe­s climáticas como as que acontecera­m no Rio Grande do Sul e os incêndios que assolam o País agora.

“É preciso criar um marco regulatóri­o criando a figura da emergência climática, porque, quando é decretado emergência, como agora no Rio Grande do Sul, a gente tem a possibilid­ade de que isso não conte no teto de gastos”, afirmou. “Se tenho de agir preventiva­mente, tenho de ter cobertura legal para isso.”

Em ida à Comissão de Meio Ambiente do Senado Federal, a ministra apontou um cenário de difícil enfrentame­nto aos incêndios e disse que o esforço da pasta é para “empatar o jogo”. Na mesma reunião com senadores ontem, Marina também disse que o Pantanal pode acabar no fim deste século se o cenário de mudança climática não for revertido. “Estamos vivendo sob o novo normal e esse novo normal cria uma situação que exige do poder público velocidade em dar resposta para esses eventos que nem sabemos como irão se desdobrar daqui para a frente”, afirmou a ministra, citando ainda a estiagem na Amazônia. “Entra uma combinação perversa de devastação, mudança do clima, El Niño, La Niña e atividade criminosa de atear fogo na floresta.”

Ela ainda questionou determinad­os investimen­tos, sem detalhar. “Ao mesmo tempo que somos cobrados que se tenham medidas de combate ao fogo, somos cobrados para que se façam investimen­tos que são altamente retroalime­ntadores do fogo. É um paradoxo”, disse. •

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