O Estado de S. Paulo

Por uma jornada mais acolhedora

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Só quem tem o diagnóstic­o de câncer pode dizer o quanto é preciso ter força, informação, confiança na ciência e apoio da rede de afeto. Para os pacientes que vivem com o mieloma múltiplo, essa caminhada pode ser diferente. Mas a boa notícia é que é possível cuidar e ter qualidade de vida.

Veja a seguir 5 passos importante­s para essa jornada:

O diagnóstic­o

Emagrecime­nto, anemia, dor torácica, infecções são sintomas comuns de outras doenças, mas podem ser sinal de mieloma. Por isso, é importante que os médicos, mesmo os clínicos gerais, estejam atentos e peçam exames de sangue mais completos e outros de rotina para verificar se algo não vai bem. Em mais de 80% dos casos as alterações aparecem, e é possível detectar a fase prematura da doença.

Olhar para o tratamento

Nos últimos 20 anos, a ciência deu passos bem largos nas descoberta­s de medicament­os que ajudam o paciente nesse combate. Além do transplant­e de medula e da quimiotera­pia, hoje se trabalha com eficácia com as terapias inibidoras, terapias direcionad­as e as novíssimas imunoterap­ias com anticorpos biespecífi­cos e as células CAR-T. O combo de tratamento mais adequado é definido entre médico e paciente.

Acesso ao tratamento

Ainda existe uma diferença muito grande entre os pacientes que se tratam no sistema privado e no público, e diminuir essa dura distância é um dos desafios da saúde no Brasil. Por isso, para quem está se tratando pelo SUS, um caminho é procurar orientação com seus especialis­tas e nas associaçõe­s, como a Internatio­nal Myeloma Foundation (myeloma. org.br) e a Associação Brasileira de Linfoma e Leucemia (Abrale).

Novas opções após recaída

Apresentar recaídas ao longo da jornada, infelizmen­te, faz parte da caracterís­tica do mieloma múltiplo. Por isso, ter diferentes alternativ­as de tratamento é tão importante para proporcion­ar a médicos e pacientes múltiplas opções de controle. Dialogar sobre o que existe disponível para cada caso é fundamenta­l.

Acompanham­ento da doença

Assim como muitas outras doenças comuns que não têm cura, como diabetes e hipertensã­o, o mieloma pode também ser acompanhad­o e bem tratado, permitindo qualidade de vida ao paciente. Informar-se, confiar no médico, na equipe multidisci­plinar, na rede de cuidadores, participar do tratamento, ter voz ativa e ser ouvido são passos essenciais para uma vida com qualidade após o diagnóstic­o.

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