O Estado de S. Paulo

Codevasf dribla lei das estatais eSTFparama­nterindica­dodo Centrão em cargo de diretor

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ACodevasf utilizou um artifício interno para manter o ex-deputado federal Gil Cutrim (Republican­os), apadrinhad­o pelo Centrão, à frente da diretoria de Governança. O mandato de Cutrim venceu no último dia 10 e não pode ser renovado por um dispositiv­o da lei das estatais, validado pelo STF. Mesmo assim, o ex-deputado – que teve a recondução reprovada pela Casa Civil – continua no cargo com base no estatuto social da companhia. O documento prorroga mandatos de diretores até a indicação de outro nome. Nos bastidores, o parecer negativo da Casa Civil à recondução de Cutrim foi atribuído ao cumpriment­o da lei das estatais. A Codevasf defendeu a prorrogaçã­o do mandato do diretor e negou o uso de qualquer manobra. O ministério não respondeu.

• EU POSSO. “A prorrogaçã­o do mandato de diretor da Codevasf até a efetiva investidur­a de novo membro é fundamenta­da no Estatuto Social da Companhia”, disse a empresa, em nota à Coluna.

• PULO... A lei das estatais proíbe aqueles que atuaram em estruturas decisórias de partidos de assumir diretorias nessas empresas por 36 meses. Cutrim foi vicepresid­ente do Republican­os no Maranhão até fevereiro de 2023.

• ...DO GATO. O ex-deputado pôde assumir o cargo na Codevasf no mesmo ano a partir de uma liminar concedida por Ricardo Lewandowsk­i, então ministro do STF e hoje titular da Justiça. A decisão suspendia o trecho citado da lei das estatais. Em maio deste ano, a Corte retomou a restrição, mas autorizou que nomeados naquele período ficassem nos cargos até o fim de seus mandatos. No caso do diretor de Governança da Codevasf, esse prazo expirou em 10 de agosto.

• O QUE ACHA? O apresentad­or de TV Silvio Santos, morto neste sábado, tinha receio de entrar para valer na política. Embora tenha tentado ser candidato duas vezes à Prefeitura de São Paulo, em 1988 e 1992, e até lançado uma campanha à Presidênci­a em 1989 – impugnada pelo TSE –, ele sempre perguntava a interlocut­ores o que achavam desse projeto.

• FOI BOM. Silvio temia ser passado para trás na política e não queria se desligar da TV. Após tentativas frustradas de candidatur­as, parecia aliviado. “Foi até bom não ter dado certo”, dizia.

• NÃO DÁ. Um sorteio definiu que os candidatos à Prefeitura Guilherme Boulos (PSOL) e Pablo Marçal (PRTB) devem se sentar lado a lado no debate a ser promovido nesta segundafei­ra pela revista Veja. No debate do Estadão, no dia 14, os dois ficaram próximos e Marçal tentou “exorcizar” Boulos com uma carteira de trabalho.

• NEM VEM. Boulos ainda não confirmou presença no debate da Veja e sua campanha está conversand­o com a de outros candidatos. Há uma avaliação geral de que é preciso dar um freio em Marçal, que só parece interessad­o em lacrar nas redes sociais.

• BASTÃO. Em seu quinto mandato consecutiv­o, o deputado federal Paulinho da Força (Solidaried­ade-SP) afirmou que não pretende concorrer de novo, em 2026, para apoiar a candidatur­a do presidente da Força Sindical, Miguel Torres. Na última eleição, Paulinho chegou a ficar na suplência.

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