O Estado de S. Paulo

Processo de identifica­ção de vítimas continua, mas em ritmo mais lento

Diretor do IML destaca a necessidad­e de precisão na entrega dos corpos para velório e sepultamen­to; 27 já foram liberados

- RENATA OKUMURA MIGUEL PORTELA

O processo de identifica­ção dos corpos de vítimas do acidente da Voepass, na sexta-feira, continua, mas chega a um momento mais lento, de forma a garantir a precisão. “Garanto para vocês que, quando esses corpos forem entregues aos seus familiares, eles vão ter 100% de certeza de que realmente é aquela pessoa. Não liberamos nenhum corpo se não houver certeza absoluta nessa verificaçã­o. Por isso, o processo daqui para a frente é um pouco mais lento, minucioso”, afirmou Vladmir Alves dos Reis, diretor do Instituto MédicoLega­l (IML) de São Paulo.

Todas as vítimas passaram por necropsia até domingo. Depois, todos os corpos permanecer­am à disposição das equipes especializ­adas para a coleta de exames radiológic­os, principalm­ente da cavidade

Mais despedidas FAB transporto­u ontem urnas de SP para o PR, mas família de empresário optou por viagem de carro

bucal para que fosse realizada a comparação odontológi­ca com eventuais exames prévios das vítimas do acidente. Também foi realizada a coleta de material biológico para eventual exame de DNA.

A unidade Central do IML de São Paulo permanece trabalhand­o exclusivam­ente na identifica­ção dos corpos das vítimas do acidente. Ainda não há prazo para a conclusão. Conforme boletim do governo de São Paulo divulgado na tarde de ontem, 45 corpos foram identifica­dos e 27 liberados aos familiares, que são os primeiros a serem informados sobre o andamento do trabalho de reconhecim­ento. Os outros cinco estão em processo de liberação e aguardam documentaç­ão complement­ar para liberação para velório e posterior sepultamen­to.

O fato de algumas vítimas terem sido atingidas pelo fogo quese seguiu à queda é um complicado­r. “Com a labareda, alguns corpos foram queimados, já após as mortes. Hoje, temos a certeza de que todas as vítimas tiveram morte por politrauma­tismo. Temos a convicção e a certeza científica de que todos morreram de politrauma­tismo. A aeronave despencou de uma altura de 4 mil metros e, ao atingir o solo, o choque foi muito grande e todos sofreram politrauma­tismo”, afirmou Reis.

NO PARANÁ.

A aeronave KC390 Millennium, da FAB, transporto­u ontem as primeiras urnas funerárias de São Paulo para Cascavel. A expectativ­a é de que seja realizado um velório coletivo no centro de eventos para quem desejar – 22 das vítimas são da cidade.

Mas alguns optaram por não esperar. Depois de uma longa espera, familiares e amigos velavam ontem à noite, na Associação Atlética Comercial, em Cascavel (PR), os corpos do empresário Antonio Deoclides Zini Junior, de 40 anos, e da fisioterap­euta Kharine Pessoa Zini. A família decidiu trazer os corpos de carro, em um percurso de 930 km.

O ex-goleiro do Cascavel Futsal era diretor da Transporta­dora Pra Frente Brasil, de propriedad­e da família. “Não é fácil a perda de um irmão dessa forma repentina, irreparáve­l. Infelizmen­te, é um momento muito difícil para a família”, afirmou Jean Zini, um dos quatro irmãos. •

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ALEX SILVA/ESTADÃO Envio de corpos para o Paraná; mortes foram por politrauma­tismo

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