O Estado de S. Paulo

Bolsonaro reage à cobrança paralidera­roposiçãoe­estreita relação com senadores do PL

- COLABOROU GUILHERME CAETANO

Cobrado a participar das discussões e liderar a oposição no Senado, o ex-presidente Jair Bolsonaro reagiu e tenta azeitar a relação com os senadores do PL. De acordo com interlocut­ores, ele tem promovido encontros informais esporádico­s, sem discurso, com foco em estreitar relações com as lideranças do partido. E tem funcionado. Parlamenta­res ouvidos pela Coluna se dizem satisfeito­s com o canal aberto, e mais à vontade para consultá-lo sobre tratativas da Casa. O jantar mais recente foi na noite de terça-feira, em Brasília. Bolsonaro convidou os senadores do PL para um jantar de boas-vindas ao senador recém-empossado Beto Martins (PL), de Santa Catarina. Ele é o suplente da senadora Ivete da Silveira (MDB), que pediu licença do cargo por 120 dias.

• ‘BOULINHOS... Focado em superar o estigma de invasor de propriedad­es, o candidato do PSOL à Prefeitura de São Paulo, Guilherme Boulos, jantou na terça-feira com empresário­s da construção civil. Por 40 minutos, apresentou propostas sem citar adversário­s. Mas a plateia só queria saber da sua ligação com o MTST.

• ...PAZ E AMOR’. De acordo com relatos, Boulos afirmou aos presentes que o MTST, sob sua gestão, nunca invadiu áreas de mananciais. Em tom tranquilo, o candidato ainda assegurou que não haveria conflitos com o setor em sua eventual gestão. Procurado, Boulos não comentou.

• COMO? O teor ideológico da eleição do Conselho Federal de Medicina, encerrada ontem, foi tamanho que até a disputa americana contaminou os debates. Em um grupo de médicos do litoral paulista, em vez de discussão programáti­ca, a campanha era para votar na chapa “trumpista”.

• ENCONTRO. O ex-governador João Doria vai reunir 10 governador­es no 23.º Fórum Lide, marcado para o dia 16, no Rio. Estarão por lá, inclusive, nomes ligados a Jair Bolsonaro — rival de Doria na pandemia —, como Claudio Castro (RJ), Ronaldo Caiado (GO) e Felício Ramuth (SP), representa­ndo Tarcísio de Freitas.

• OLHA ELE. Integrante da velhaguard­a do PT, o secretário nacional de Economia Solidária, Gilberto Carvalho, comandou por dois dias o Ministério do Trabalho — segunda e terça-feira, enquanto o ministro Luiz Marinho acompanhav­a o presidente Lula na viagem ao Chile. O secretário executivo da pasta, Francisco Macena, que costuma assumir na ausência do ministro, está em férias.

• PERFIL. Chefedegab­inetedeLul­a entre 2003 e 2010 e ex-ministro de Dilma, Carvalho deixa saudades no Planalto. Era um dos únicos que não tinham medo do presidente e apontava erros.

• FIADO. O Ministério das Comunicaçõ­es quer criar um fundo de financiame­nto de R$ 500 milhões para pequenos provedores de internet levarem serviços para os municípios brasileiro­s com menos de 30 mil habitantes.

• PENDÊNCIA. O mecanismo, porém, depende da liberação de um empréstimo de US$ 100 milhões. Esse crédito foi aprovado pelo Banco Interameri­cano de Desenvolvi­mento (BID) ainda em julho, mas aguarda aval da Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado e do plenário.

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