Preço do imóvel sobe R$ 310 por m² no País no primeiro semestre
Queda de juros iniciada há um ano atrai mais compradores e puxa preços, explica economista
O preço médio do metro quadrado de imóveis residenciais à venda aumentou R$ 310 no primeiro semestre no País, de acordo com dados do Índice FipeZap de junho. Em termos porcentuais, a alta foi de 3,56% de janeiro a junho, e de 6,17% em 12 meses. O aumento de preços no mercado imobiliário neste ano tende a superar a inflação, de 4,05% segundo projeção do Banco Central. A inflação acumulada nos últimos 12 meses era de 4,23% até junho.
Nos primeiros seis meses do ano, o preço médio de venda de propriedades residenciais foi de R$ 8.710 para R$ 9.020 o metro quadrado, com destaque para os imóveis de um dormitório, que tiveram o preço médio mais elevado (R$ 10.662 o m²), em contraste com o menor valor identificado entre unidades com dois dormitórios, R$ 8.094. Entre as capitais, Vitória apresentou o valor médio por metro quadrado mais alto, seguida de perto por Florianópolis e São Paulo.
Entre as cidades, os maiores aumentos de preços no primeiro semestre ocorreram em Curitiba (+10,13%), São José dos Campos (+9,76%) e João Pessoa (+7,70%). Já os preços que mais subiram em valores absolutos do metro quadrado foram Barueri, com acréscimo de R$ 902 mais caro o m²; Curitiba, R$ 897, e Itajaí, R$ 794.
MERCADO AQUECIDO.
Em São Paulo, o aumento de preço no semestre, de 3,16%, levou o valor do metro quadrado a superar R$ 11 mil pela primeira vez. No Rio, a alta foi de 1,25%, elevando o preço a R$ 10.101.
A economista do DataZap, Paula Reis, afirma que o aumento de preço do primeiro semestre no País indica que o mercado imobiliário está aquecido. No mesmo período em 2022, a alta de preços havia sido de 2,54%. “O movimento dos primeiros seis meses de 2024 é reflexo de alguns fatores que beneficiam o segmento de compra e venda, como a redução da taxa básica de juros (a Selic, que em julho de 2023 estava em 13,75%, agora está em 10,50%) e o fortalecimento do segmento econômico, com o Minha Casa Minha Vida”, diz.
Sobre as cidades com as maiores altas de preços, Paula acredita que as motivações tenham sido investimentos públicos para melhoria da infraestrutura e qualidade de vida da população, o que também tende a atrair empresas que geram emprego.
“A cidade de São José dos Campos tem um histórico recente de investimentos em infraestrutura urbana, como o projeto de revitalização da região central. Tais investimentos tendem a valorizar os imóveis localizados nas áreas alvo”, diz Paula.
Segundo ela, houve investimento da cidade para atrair novas empresas, cuja chegada gera novos postos de trabalho, que, por sua vez, atraem novos moradores que buscam imóveis residenciais à venda. “O caso de Curitiba é semelhante, pois há várias obras rodoviárias em andamento que beneficiam o município”, afirma.
Mesmo fora do topo das altas de preços do País, o valor do metro quadrado na capital paulista no primeiro semestre subiu acima do INCC (2,80%) e do IPCA (2,48%) no período. O coordenador do curso de negócios imobiliários da FGV, Alberto Ajzental, diz que a alta é particular, devido ao freio nos lançamentos para classe média e alta renda por causa da discussão do Plano Diretor, o que causou um salto de preços e uma redução dos estoques das construtoras. •
Em São Paulo, o aumento de 3,16% no semestre fez o valor do metro quadrado superar R$ 11 mil pela 1ª vez