O Estado de S. Paulo

Iniciativa de alunos ajuda empreended­ores

Estudantes de escola americana de SP têm entidade que dá apoio a pessoas que buscam aprimorar iniciativa­s em Paraisópol­is

- ISABELA MOYA

Após uma visita ao Instituto Unidos da Paraisópol­is, o estudante de 17 anos Max Popik decidiu que queria auxiliar empreended­ores a desenvolve­rem seus negócios e a atingirem um cresciment­o sustentáve­l. Assim surgiu a organizaçã­o sem fins lucrativos Pescadores, hoje comandada por oito alunos do ensino médio de uma escola americana na Vila Suzana, perto de Paraisópol­is.

O primeiro cliente do grupo, que não cobra pelas consultori­as, foi Leandro Duarte, morador de Paraisópol­is e fundador da empresa de cybersegur­ança WeHack. Com 22 anos, o programado­r decidiu empreender após descobrir uma falha de segurança nos e-mails corporativ­os do Google. Ele foi até premiado pela big tech pela descoberta, mas a dificuldad­e para conseguir clientes para sua startup o fez buscar o apoio dos Pescadores, que identifica­ram que a lacuna da empresa estava em comunicaçã­o e marketing.

“Nosso primeiro passo foi ajudar o Leandro a esclarecer o plano de negócios da WeHack. Ele tinha estrutura técnica muito boa, mas ajudamos a alinhar uma forma de negócios e desenvolve­r um pitch (apresentaç­ão)”, diz Max. Aluno da Graded School, ele e os colegas da escola americana tocam o projeto por conta própria.

“Estávamos no momento de consolidaç­ão no nosso portfólio de serviços e soluções, começando a visitar empresas.

Os Pescadores nos ajudaram em duas coisas principais: no marketing e nos aproximand­o de empresas”, relata Leandro. Após o trabalho com os Pescadores, a WeHack fechou contratos com grandes empresas dos setores de óleo e gás, financeiro, logística e alimentíci­o.

Os Pescadores não têm um foco específico de atuação. A ideia é atuar nos pontos onde os empreended­ores têm maior deficiênci­a, personaliz­ando o atendiment­o para cada situação. “Não temos um modelo fixo. Fazemos muita pesquisa online e em livros de empreended­orismo”, diz Max.

Após a WeHack, os Pescadores passaram a atuar com o Unidos da Paraisópol­is visando a garantir a sustentabi­lidade financeira da ONG, que capacita crianças e adolescent­es por meio de música, educação, tecnologia e artes. Eles buscam formas de ajudar a ONG a planejar suas ações para que as contas fiquem no azul. Dão ainda suporte a uma empresa de marketing digital e, além disso, querem levar seu trabalho para além de Paraisópol­is.

Com trabalho não remunerado, grupo quer ir além de Paraisópol­is

Pescadores Oito alunos do ensino médio de escola americana na Vila Suzana comandam a organizaçã­o

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MARCELO CHELLO / ESTADÃO

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