Putin e Zelenski negam discutir paz, diz Lula
Na Itália, presidente afirma que negociação de paz só será efetiva se os dois lados participarem; líderes se reúnem na Suíça
O presidente Lula disse ontem que o Brasil só participará de reuniões para discutir a paz quando a Ucrânia e a Rússia estiverem sentadas à mesa de negociação. Em sua avaliação, há ainda resistência do líder russo, Vladimir Putin, e do ucraniano, Volodmir Zelenski, em discutir um acordo para por fim ao conflito.
Lula disse ter se reunido com a presidente da Confederação Suíça, Viola Amherd, que é anfitriã da cúpula na Suíça para discutir a paz na Ucrânia. No encontro, ela convidou o petista para participar da reunião que ocorre neste fim de semana com a ausência da Rússia. “Disse a ela que o
Brasil tinha tomado a decisão de não ir, porque o Brasil só participará de reunião para discutir paz quando os dois lados do conflito estiverem sentados à mesa. Porque não é possível você ter uma guerra com dois e achar que se reunir só com um, você resolve o problema”, disse Lula na Itália, onde participa da Cúpula do G-7.
Desde que assumiu o governo, Lula tem dado declarações
sobre a guerra na Ucrânia que tem sido consideradas por líderes do Ocidente como favoráveis à Rússia. O Brasil afirma manter uma política de neutralidade.
Na avaliação do presidente, ainda há muita resistência tanto de Zelenski como de Putin de conversar sobre a paz. “Cada um tem a paz na sua cabeça, do jeito que quer. Quando os dois tiverem disposição, estamos
prontos para discutir”, declarou Lula. Ele ainda disse que a “guerra está durando demais” e pediu que o “bom senso” tome conta da cabeça dos líderes.
CRÍTICAS À ONU. Lula também criticou a Organização das Nações Unidas (ONU) nas declarações de ontem. Segundo ele, o órgão tem uma parcela de responsabilidade nos conflitos na
Ucrânia e na Faixa de Gaza. “Não tem muita veracidade”, comentou Lula sobre os esforços da ONU para a paz.
Para ele, se os representantes da ONU estivessem assumindo papel de neutralidade, “possivelmente estaríamos numa mesa de negociação”. O presidente ainda afirmou que o primeiro-ministro de Israel, Binyamin Netanyahu, não deseja paz em Gaza.l