Enxadrista vende trufas para entrar em campeonato
Eduardo Félix de Araujo, 17, tem um plano B relacionado à sua carreira. Na verdade, a ideia da profissão lhe parece tão perfeita que mais parece um plano A. “Não sei se vou conseguir ser um jogador de xadrez profissional, mas adoraria ser professor de xadrez. O xadrez tem vários caminhos e nunca vou desistir de jogar”, diz.
Enquanto essa definição não acontece, o garoto atualmente sonha com uma vaga no mundial juvenil de xadrez, que neste ano será disputado em Florianópolis. Além de treinar cerca de quatro horas por dia, ele e mais três amigos de sua equipe estão vendendo trufas para viabilizarem a viagem e o pagamento da inscrição para o campeonato. Ele conta que o grupo já arrecadou mais de R$1 mil, e que a meta é de R$ 8 mil. “Estamos pensando em etapas. Primeiro, viabilizar a inscrição, depois o hotel, as passagens”, explica.
NA INFÂNCIA.
O garoto começou a jogar xadrez com o pai, aos 5 anos de idade, mas foi aos 14 anos, em um projeto de da Fábrica de Cultura da Vila Curuçá, na Zona Leste, que desenvolveu mais habilidades no jogo. Ativa desde 2011, a iniciativa do BID e da Secretaria Estadual de Cultura, soma, neste ano, 140 matriculados que têm aulas de xadrez. Eduardo foi campeão regional da 1ª fase na competição das escolas públicas da capital e também campeão municipal categoria ouro.
A família de Eduardo é uma grande incentivadora da empreitada. Segundo o garoto, antes do xadrez ele passava muito mais tempo na rua, na maioria das vezes jogando futebol. Hoje, ele passa muito mais tempo perto dos olhos dos pais, principalmente quando joga online, em casa. “Mas eu continuo gostando de futebol”, ri Eduardo.