‘Coração está dilacerado’, desabafa mãe de Rhuan
Família de jovem morto em ação da PM se reuniu com a Comissão de Defesa dos Direitos Humanos e da Cidadania da Alerj
A família do jovem Rhuan Rodrigues Pereira, de 20 anos, que morreu depois de ser baleado em uma abordagem de PMs em São Gonçalo, na Região Metropolitana, se reuniu ontem com a Comissão de Defesa dos Direitos Humanos e Cidadania (CDDHC) da Alerj para receber encaminhamento jurídico e ajuda psicossocial.
Rhuan foi baleado no fígado e no intestino na madrugada de segunda-feira dentro de um carro, próximo à BR-101. Ele estava a caminho de um evento quando foi abordado por PMs. A família alega que os policiais atiraram em direção ao veículo. O jovem chegou a ser socorrido e levado ao Pronto Socorro Central (PSC) de São Gonçalo, mas morreu na manhã de terça-feira. O enterro aconteceu na quarta-feira no Cemitério Parque da Paz.
Fernanda se encontrou ontem com a deputada Dani Monteiro (PSOL), presidente da CDDHC, para receber auxílio em como seguir buscando justiça. “Quero limpar a imagem dele. Não quero ouvir ninguém que não o conheça dizer que o meu filho era bandido ou marginal porque ele não era. Ele era trabalhador, trabalhava de 10h às 22h”, afirmou.
A deputada Dani Monteiro explicou que o primeiro papel da comissão é acolher e orientar a família. Segundo a parlamentar, a CDDHC irá acionar o Ministério Público do Estado do Rio (MPRJ) e a Defensoria Pública para entrarem nas investigações. A parlamentar destacou que irá oficiar o 7º BPM (São Gonçalo), de onde é a equipe, para questionar se já houve a apreensão das armas, para saber sobre o uso de câmeras corporais e se elas estavam em funcionamento, em busca de contribuir para a família com o seu acesso à justiça.
O QUE DIZ A POLÍCIA
A PM informou que o comando do 7º BPM instaurou um procedimento para apurar as circunstâncias e que as armas usadas na ação foram apreendidas para perícia. O caso é acompanhado pela corregedoria.
A Polícia Civil alegou que as investigações começaram a ser realizadas pela 72ª DP (São Gonçalo), mas, com a morte, o caso passou para a Delegacia de Homicídios de Niterói, São Gonçalo e Itaboraí (DHNSG). Os PMs envolvidos já foram ouvidos e suas armas foram recolhidas para perícia. Diligências estão em andamento para esclarecer os fatos.