O Dia

‘Meu primo era simplesmen­te fantástico’

Parentes denunciam que Otávio Andrade, de 21 anos, foi vítima de homofobia ao ser espancado

- ANA FERNANDA FREIRE ana.freire@odia.com.br

‘Ele foi vítima de um homicídio por simplesmen­te viver da maneira como gostava e se sentia bem. Queremos justiça’. O desabafo é da cunhada de Otávio do Nascimento de Andrade, de 21 anos, encontrado encontrado morto no Elevado do Joá, na Zona Sul, na manhã da última terça-feira. Segundo a família, jovem foi alvo de homofobia ao ser espancado quando voltava para casa, na madrugada de segunda-feira, em São Conrado. O caso é investigad­o pela 16ª DP (Barra da Tijuca).

No X, antigo ‘Twitter’, amigos levantaram a #Justiçapor­OtavioAndr­ade pedindo por respostas. Segundo a cunhada, Naya Cristina de Melo, a família está devastada e quer respostas. “Queremos entender o que aconteceu com ele. Como ele faleceu? Queremos que quem fez isso pague. Precisamos descobrir quem foi que fez uma maldade com um ser do bem, um ser de luz, e que nunca fez mal a ninguém”, lamentou.

Ao DIA, Eduarda Sales, de 19 anos, amiga da vítima, explicou que Otávio estava desapareci­do desde a noite de domingo quando voltava da casa de um amigo, que o deixou em um ponto de ônibus e foi embora. O jovem morava com a família na Muzema, na Zona Oeste do Rio de Janeiro.

A família foi avisada pelo Hospital Miguel Couto, no Leblon, que o jovem teria dado entrada na unidade através do Serviço Móvel de Urgência (Samu). Procurada, a Secretaria Municipal de Saúde informou apenas que o rapaz não resistiu aos ferimentos.

Para Eduarda, o amigo era muito carismátic­o. “Ele ajudava todo mundo, sempre fazendo todos sorrirem. O que mais revolta a família e amigos é que ele não fazia mal a ninguém, e o que aconteceu com ele foi uma injustiça”, disse.

Segundo o primo da vítima, Fabrício Gomes Lima a família recebeu uma ligação do hospital na terça-feira e, ao chegarem à unidade de saúde, receberam a confirmaçã­o da morte.

“Meu primo era simplesmen­te fantástico, um coração puro, todo mundo amava ele, não mexia com ninguém, não tinha nada contra ninguém. Nosso sentimento agora é de muita tristeza, tivemos uma grande perda.”. desabafou.

Fabrício também acredita que o crime foi provocado por homofobia. “Hoje no Brasil a homofobia está muito forte, então eu acredito que possa ter sido isso”, lamentou.

Precisamos descobrir quem foi que fez uma maldade com um ser do bem, de luz” NAYA CRISTINA DE MELO, cunhada

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REPRODUÇÃO/ REDE SOCIAL Família teve a resposta do Hospital Miguel Couto que jovem deu entrada na unidade através do Samu

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