‘Ele era muito trabalhador’
Irmã de Rhuan Rodrigues Pereira, de 20 anos, pede justiça pela morte do rapaz
Familiares e amigos de Rhuan Rodrigues Pereira, de 20 anos, se reuniram na manhã de ontem, no Pronto Socorro Central (PSC) de São Gonçalo, na Região Metropolitana, após a morte do jovem. Ele foi baleado durante uma abordagem da Polícia Militar, na madrugada da última segunda-feira, em Porto do Rosa, enquanto ia para um pagode.
“Eu só não quero que fiquem difamando a imagem do meu irmão, ele era muito trabalhador. Trabalhava desde os 14 anos. Não tem porque eles (os policiais) falaram que houve troca de tiros, os tiros vieram de trás. O vidro estava fechado, não tinha nenhuma marca. Eu quero que eles paguem pelo que fizeram”, desabafou Beatriz Rodrigues, irmã de Rhuan.
Ao DIA, Karine Lopes, de 26 anos, amiga e testemunha, disse que os PMs estavam em uma parte escura da BR-101. Ela estava em uma moto logo atrás do carro.
“A gente não tinha visto que havia policiais em uma parte da BR, eles estavam em uma parte totalmente escura, não ligaram o giroflex nem nada”, explicou.
Ao perceberem o carro em que Rhuan estava, os agentes deram uma ordem de parada, que foi cumprida pelo jovem. Mas, logo depois de ter parado, a amiga contou que ouviu os disparos.
“Eu ouvi eles gritando: ‘para, para, para’. Quando falaram, eu já estava atrás, saí da moto e fui andando em direção ao carro. Quando o Rhuan parou, eles fizeram os disparos. Foi só tiro de fuzil, foram vários tiros.”
Além disso, Karine contou que somente um dos policiais se ofereceu para socorrer a vítima.
Rhuan foi atingido por dois tiros, um no fígado e outro no intestino. O jovem era gerente em uma loja de roupas e sócio em um depósito de bebidas.
Os policiais militares envolvidos foram ouvidos e suas armas recolhidas para perícia
O enterro será realizado hoje, no Cemitério Parque da Paz, no Pacheco, também em São Gonçalo, às 15h, e o velório terá início às 9h.
O QUE DIZEM AS CORPORAÇÕES?
A PM informou que o comando do 7º BPM (São Gonçalo) instaurou um procedimento para apurar as circunstâncias. Já a Polícia Civil alegou que as investigações estão em andamento na 72ª DP (São Gonçalo). Os PMs envolvidos foram ouvidos e suas armas foram recolhidas para perícia.