Queda de avião interrompe sonhos de 62 pessoas
O voo da Voepass Linhas Aéreas que partiu de Cascavel, no interior do Paraná, na sexta-feira, levava pessoas para compromissos profissionais, outras que visitariam a família, uma voluntária no resgate de animais nas enchentes de Canoas (RS), um árbitro internacional de judô, entre outros. A queda do avião interrompeu bruscamente a vida de 62 pessoas, entre passageiros e tripulantes.
Silvia Cristina Osaki, professora da Universidade Federal do Paraná e médica veterinária, foi confirmada como uma das vítimas. A universidade lamentou a morte da profissional e lembrou que Silvia atuou como voluntária em Canoas no resgate de animais da enchente que assolou o Rio Grande do Sul.
Outro professor universitário, Deonir Secco também uma das vítimas, faria sua primeira viagem à Europa. Era o passeio dos seus sonhos, pela qual tinha esperado por décadas. O roteiro internacional fazia parte de um plano maior: desacelerar o ritmo de trabalho e aproveitar mais a vida, no momento em que passava dos 60 anos e se aproximava da aposentadoria. Secco estava viajando sozinho porque a mulher, também professora, já tinha retomado as aulas. Quem se lembra dos detalhes da vida de Secco é o professor Reginaldo Ferreira Santos, que leciona Meteorologia Agrícola. “Competente, ele se dedica muito à preparação das aulas”, relatou, ainda usando verbo no presente.
O árbitro internacional de judô e professor universitário Edilson Hobold, de 52 anos, também está entre as vítimas. Sensei Hobold, como era conhecido nos tatames, era um “kondansha”, título que representa uma espécie de pós-graduação na arte marcial. A qualificação é concedida aos lutadores que alcançam altos níveis de mestria prática e teórica. Além de sensei, Edilson era professor-doutor de Educação Física na Universidade Estadual do Oeste do Paraná.
Já a farmacêutica Eliane Andrade Freire havia embarcado para visitar a família. Eliane trabalhava na Prati-Donaduzzi como supervisora de Garantia da Qualidade. A companhia emitiu nota de pesar. Segundo o Conselho Federal de Medicina (CFM), havia ao menos quatro médicos no voo. Estavam a caminho de um congresso de oncologia na cidade de São Paulo. De acordo com o Hospital do Câncer de Cascavel (UOPECCAN), duas das vítimas eram as médicas residentes Arianne Risso e Mariana Belim.
Um casal de Ubiratã (PR), Daniela Schulz e Hiales Fodra, embarcou em Cascavel com os EUA como destino final. Mas os planos da fisiculturista Daniela e do seu marido, um engenheiro agrônomo, foram interrompidos pela tragédia em Vinhedo.