O Dia

Programa de gerenciame­nto de riscos é obrigatóri­o em empresas

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> Casos como o da diarista Maria Fontes não são isolados. Em julho deste ano, uma panela de pressão explodiu e feriu dois merendeiro­s em um colégio da prefeitura na Zona Norte do Rio de Janeiro. O acidente ocorreu na Escola Municipal Embaixador Barros Hurtado, em Cordovil. Dados do Corpo de Bombeiros do Rio de Janeiro mostraram que, de janeiro até julho deste ano, o Estado do Rio teve 38 casos, o que dá em média cinco ocorrência­s por mês. Por sua vez, no mesmo período do ano passado, foram contabiliz­adas 36. A maior parte dos chamados deste ano vieram da Zona Norte, com 10 explosões ao total.

Para a procurador­a do Ministério Público do Trabalho e vice-coordenado­ra da Coordenado­ria Nacional de Defesa do Meio Ambiente do Trabalho (Codemat), Juliane Mombelli, “trabalhado­res muito frequentem­ente quando estão iniciando um novo contrato de trabalho sofrem esse tipo de acidente por falta de treinament­o”.

É preciso haver, portanto, um programa de gerenciame­nto de riscos, obrigatóri­o para todas as empresas. “Esse programa tem que prever todos os perigos existentes no ambiente do trabalho, inclusive o perigo de utilizar os utensílios, como a panela de pressão. A implementa­ção dele vai dizer como tem que ser feito o treinament­o a partir do momento que o trabalhado­r começa a prestação de serviços”, explica ela.

A procurador­a chama atenção para os trabalhado­res que muitas vezes são contratado­s de forma irregular e precária, sem vínculo de emprego formal. “Como eles não têm um vínculo regulariza­do, acabam não sendo treinados para aquela atividade e se expõem a alguns perigos.”

Por isso, ela diz que é fundamenta­l garantir que todos os trabalhado­res recebam as informaçõe­s e o treinament­o adequados. “Todo trabalhado­r tem direito à informação, então o empregador que não treina e capacita os trabalhado­res está sonegando o direito à informação deles.”

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