O Dia

‘A intenção é fazer com que a população saiba quem praticou um crime contra a mulher’

- Léo Vieira, deputado estadual

O DIA: O Brasil, infelizmen­te, é um dos campeões em feminicídi­o. O senhor acredita que, com esse Projeto de Lei, o número desse tipo de crime irá diminuir? Afinal, mesmo com a medida protetiva, muitas mulheres são assassinad­as em todo o estado.

LÉO VIEIRA:

A intenção do projeto de lei é fazer com que a população saiba quem praticou um crime contra a mulher. A diminuição do número de feminicídi­os é muito complexa, inclui leis mais severas e educação da sociedade começando ainda na escola. A criança desde cedo tem de aprender a respeitar a mulher, em muitos casos a violência é praticada dentro de casa e menores presenciam agressões.

O DIA: A sua ideia também é a de proteger

mulheres que estão começando um relacionam­ento e ainda não sabem com quem estão lidando?

LÉO VIEIRA: Com certeza ajudará porque essa lista de condenados ficará exposta no site da Secretaria de Estado de Segurança Pública, responsáve­l pela atualizaçã­o dos dados.

O DIA: O que o motivou a criar esse projeto, principalm­ente quando se fala em estupro? Recentemen­te tivemos uma polêmica muito grande sobre a PL do aborto, inclusive com evangélico­s e católicos sendo contra?

LLÉO VIEIRA: O Supremo Tribunal Federal deliberou, considero extremamen­te relevante os estados terem essa legislação que permitirá não só às mulheres, mas a qualquer cidadão saber se a pessoa praticou determinad­o tipo de crime contra uma mulher.

O DIA: É de conhecimen­to que, muitas vezes, quem pratica o abuso sexual e estupro são pais, padrastos, irmãos e vizinhos. Como o senhor acredita que as vítimas possam denunciar os delitos? Entendo que o Projeto de Lei será para as pessoas já condenadas, mas seria possível incluir também os suspeitos?

LÉO VIEIRA: A democracia pressupõe o direito à ampla defesa, e como o próprio STF deliberou que somente condenados com trânsito em julgado devem ter os nomes expostos é fundamenta­l que se respeite o que a corte máxima do país autoriza. Todo crime tem de ser denunciado nas delegacias de polícia, especialme­nte às de atendiment­o à mulher, para que seja instaurado inquérito e, posteriorm­ente, a justiça condenar o agressor.

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