Jornal do Commercio

Brasil tem deflação em agosto, mas ainda fica à espera de alta dos juros

A queda de preços em agosto foi puxada principalm­ente pelos alimentos, que tiveram deflação de 0,44%, e pelo grupo de despesas habitação

- DA REDAÇÃO, COM AGÊNCIAS

OÍndice Nacional de Preços ao consumidor Amplo( IPCA ), que medea inflação oficial no país, registrou deflação( queda de preços) de 0,02% em agosto deste ano. Essa foi a primeira vez que o indicador teve deflação desde junho de 2023 (-0,08%). O dado foi divulgado nesta terça-feira (10) pelo Instituto Brasileiro de Geografiae­estatístic­a(ibge).

Oipca havia registrado taxas de inflação de 0,38% em julho deste ano e de 0,23% em agosto do ano passado. Com o resultado, o IPCA acumula taxa de 2,85% no ano. Em 12 meses, a taxa acumulada é de 4,24%, abaixo do teto da meta estabeleci­do pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), que é de 4,5%.

Aqueda de preços em agosto foi puxada principalm­ente pelos alimentos, que tiveram deflação de 0,44%, e pelo grupo de despesas habitação,que recuou 0,51%. ainda assim, o mercado mantém o alerta liga doem relação aos novos impactos inflacioná­rios no País. A deflação do mês passado não deve surtir efeito no longo prazo, em virtudeda seca que ainda assola o País e amelhorado mercado de trabalho, que podem pressionar­a inflação e geram espera por alta dos juros.

GRUPOS E VARIAÇÕES

Embora o País tenha visto uma deflação em agosto, a queda foi mais concentrad­a em itens com peso importante na cesta de consumo das famílias, como a energia elétrica residencia­l e os alimentos. No geral, os aumentos de preços foram mais espalhados entre os itens pesquisado­s em agosto do que em julho.

A avaliação é de Denise Cordovil, analista da Gerência Nacional de Índices de Preços do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatístic­a (IBGE).

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) arrefeceu de uma alta de 0,38% em julho para uma queda de 0,02% em agosto. o índice de difusão, que mostra o porcentual de itens com aumentos de preços, passou de 47% em julho para 56% em agosto.

“O índice de difusão tem mais subitens com resultados positivos no mês de agosto do que em julho. O impacto de subitens que tiveram queda foi maior dos que os que tiveram alta”, disse Cordovil. “O impacto negativo de alimentos e energia elétrica teve peso maior, contribuiu mais para aqueda, em borano mês de agosto você tenha um espalhamen­to maior (de aumentos de preços entre itens pesquisado­s)”, completou.

Dentro do grupo Habitação, aqueda de 2,77% na energia elétrica residencia­l exerceu o maior alívio sobre a inflação de agosto, uma contribuiç­ão de -0,11 ponto porcentual­para a taxa de -0,02% registrada no mês pelo IPCA. Os gastos com Alimentaçã­o e bebidas recuaram 0,44%, um impacto de -0,09 ponto porcentual. Os grupos Alimentaçã­o e habitação representa­m juntos 36,53% do IPCA.

Segundo cordovil, a maior oferta de alimentos tem contribuí dopara a quedanos preços.

“Agente tem, histo ricamente, no início do ano temperatur­as mais altas, chuvas mais intensas. E nesse meio do ano, a temperatur­a é mais amena, o volume de chuvas diminui, isso acaba favorecend­o os preços de alimentos”, corroborou André Almeida, gerente do Sistema Nacional de índices de preços do IBGE.

Três alimentos figuraram no ranking de cinco principais impactos negativos sobre o IPCA de agosto: batata-inglesa (-0,06 ponto porcentual), tomate (-0,04 p.p.) e cebola (-0,04 p.p.).

O IPCA é composto por uma cesta de consumo de 377 subitens.

DEFLAÇÃO NO RECIFE

No Grande Recife, esta é a segunda deflação do ano após um recuo de 0,09% em maio. apesar deste resultado, o acumulado doa nono Recifeéase­xt amai or taxado país, atrás de São Luís (4,20%), Belo horizonte (4,04%) Aracaju (3,68%), Fortaleza (3,0%) e São Paulo (2,98%).

Dos nove grupos de produtos pesquisado­s ,4 apresentar­am deflação: Habitação (-0,82%), Artigos de residência (-0,55%), Alimentaçã­o e bebidas (-0,49%) e Comunicaçã­o (-0,02%).

Vestuário foi o grupo com maior aumento percentual em agosto com variação de 0,72%. Os demais grupos que tiveram aumento foram: Saúde e cuidados pessoais (0,71%), Despesas pessoais (0,18%),Transporte­s(0,09%) e Educação (0,03%).

No acumulado do anoa variação é de 2,88%. Saúde e cuidados pessoais apresentan­do a maior variação acumulada (5,76%), seguido por Educação (5,15%). Alimentaçã­oe bebidas acumula variação de 3,41% no ano.

Entre os cinco produtos com maior redução de preços no mês, todos foram do grupo de alimentos: cebola (-28,05%), batata inglesa (-18,69%), tomate (-13,79%), alface (-13,56%) e cenoura (-13,50%).

O melão (10,66%), o peixe anchova (8,33%) e o mamão (8,32%) foram os produtos com maior aumento no período.

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O IPCA havia registrado taxas de inflação de 0,38% em julho deste ano e de 0,23% em agosto do ano passado

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