Jornal do Commercio

Rodoviário­s ignoraram Justiça e realizaram bloqueios em avenidas, garagens e terminais do Grande Recife

Segundo dia da greve dos motoristas teve ônibus estacionad­os em grandes avenidas do Recife e passageiro­s irritados e deixados pelo caminho

- ROBERTA SOARES

Agreve dos motoristas de ônibus do Grande Recife entrou no segundo dia, nesta terça-feira (13/8), com mais tensão e vandalismo e um claro sinal de descumprim­ento das medidas impostas pela Justiça do Trabalho. Bloqueios da principal avenida do Recife, a Avenida Agamenon Magalhães, no centro expandido da capital, passageiro­ssendoobri­gados a descer no caminho, tensão nas garagens, pneus de ônibus sendo esvaziados, motoristas ameaçados por encapuzado­s e muita irritação marcaram a manhã e deram uma perspectiv­a de como seriam os próximos dias se não houvesse um consenso.

Bloqueiosd­egaragense­de vias públicas, por exemplo, estavam proibidos pela Justiça desde a tarde de segunda-feira, primeiro dia da greve dos motoristas de ônibus. Mas tudo foi ignorado. Em protesto, grupos de rodoviário­s forçaram os coletivos a parar na Avenida Agamenon Magalhães, ocupando três faixas de uma das mais movimentad­asviasdoce­ntroda capital, e os passageiro­s tiveram que descer dos veículos no meio do caminho.

Isso tudo apesar de o Tribunal Regional do Trabalho da 6ª Região (TRT-6) ter proibido os bloqueios e determinad­o a circulação de 60% da frota em horários de pico (das 6h às 9h e das 17h às 20h). Assim, passageiro­s continuara­m tendo que enfrentar grandes filas e longa espera até os ônibus chegaremem­váriosterm­inaisinteg­rados de ônibus na Região Metropolit­ana do Recife.

PASSAGEIRO­S ENTRE A CRUZ E A ESPADA E PREJUÍZO NA INTEGRAÇÃO TEMPORAL

“Ficamos, de verdade, entre a cruz e a espada. Se conseguimo­s pegar um ônibus, não sabemos se ele vai ser bloqueado ao longo do caminho. Sou a favor da greve da categoria, acho que os motoristas estão sofrendo muito, mas isso é errado. A gente paga a passagem, que não é barata, e tem que descer do coletivo. E quem não tem dinheiro para uma segunda. É revoltante mesmo”, afirmou o vendedor Carlos Henrique Silva, que ficou preso no bloqueio da Agamenon Magalhães.

Alguns passageiro­s reclamaram, também, do prejuízo com a integração temporal. “O metrô tem sido a nossa salvação. Pelo menos para quem pode utilizá-lo, mas não estamos conseguind­o fazer a integração nas duas horas estabeleci­das pelo governo do Estado. Como os ônibus estão demorando ou sendo bloqueados no percurso, não dá tempo de chegar ao metrô ou em outro terminal nas duas horas. Aí temos que pagar uma segunda passagem”, alertou a diarista Maria Fernanda Senna, que tentava usar o Metrô do Recife para chegar ao trabalho, na Zona Sul do Recife.

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DIVULGAÇÃO Urbana-pe afirma que três ônibus foram depredados e motorista foi ameaçado por pessoas encapuzada­s
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Urbana-pe afirma que três ônibus foram depredados e motorista foi ameaçado por pessoas encapuzada­s

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