Rodoviários ignoraram Justiça e realizaram bloqueios em avenidas, garagens e terminais do Grande Recife
Segundo dia da greve dos motoristas teve ônibus estacionados em grandes avenidas do Recife e passageiros irritados e deixados pelo caminho
Agreve dos motoristas de ônibus do Grande Recife entrou no segundo dia, nesta terça-feira (13/8), com mais tensão e vandalismo e um claro sinal de descumprimento das medidas impostas pela Justiça do Trabalho. Bloqueios da principal avenida do Recife, a Avenida Agamenon Magalhães, no centro expandido da capital, passageirossendoobrigados a descer no caminho, tensão nas garagens, pneus de ônibus sendo esvaziados, motoristas ameaçados por encapuzados e muita irritação marcaram a manhã e deram uma perspectiva de como seriam os próximos dias se não houvesse um consenso.
Bloqueiosdegaragensede vias públicas, por exemplo, estavam proibidos pela Justiça desde a tarde de segunda-feira, primeiro dia da greve dos motoristas de ônibus. Mas tudo foi ignorado. Em protesto, grupos de rodoviários forçaram os coletivos a parar na Avenida Agamenon Magalhães, ocupando três faixas de uma das mais movimentadasviasdocentroda capital, e os passageiros tiveram que descer dos veículos no meio do caminho.
Isso tudo apesar de o Tribunal Regional do Trabalho da 6ª Região (TRT-6) ter proibido os bloqueios e determinado a circulação de 60% da frota em horários de pico (das 6h às 9h e das 17h às 20h). Assim, passageiros continuaram tendo que enfrentar grandes filas e longa espera até os ônibus chegarememváriosterminaisintegrados de ônibus na Região Metropolitana do Recife.
PASSAGEIROS ENTRE A CRUZ E A ESPADA E PREJUÍZO NA INTEGRAÇÃO TEMPORAL
“Ficamos, de verdade, entre a cruz e a espada. Se conseguimos pegar um ônibus, não sabemos se ele vai ser bloqueado ao longo do caminho. Sou a favor da greve da categoria, acho que os motoristas estão sofrendo muito, mas isso é errado. A gente paga a passagem, que não é barata, e tem que descer do coletivo. E quem não tem dinheiro para uma segunda. É revoltante mesmo”, afirmou o vendedor Carlos Henrique Silva, que ficou preso no bloqueio da Agamenon Magalhães.
Alguns passageiros reclamaram, também, do prejuízo com a integração temporal. “O metrô tem sido a nossa salvação. Pelo menos para quem pode utilizá-lo, mas não estamos conseguindo fazer a integração nas duas horas estabelecidas pelo governo do Estado. Como os ônibus estão demorando ou sendo bloqueados no percurso, não dá tempo de chegar ao metrô ou em outro terminal nas duas horas. Aí temos que pagar uma segunda passagem”, alertou a diarista Maria Fernanda Senna, que tentava usar o Metrô do Recife para chegar ao trabalho, na Zona Sul do Recife.