Jornal do Commercio

Greve de ônibus expôs falência do sistema de transporte na RMR

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Houve um tempo em que o principal motivo de evasão de receitas do sistema de transporte por ônibus nos municípios da Região Metropolit­ana do Recife era meio de dúzia de pessoas que desciam pela porta do veículo antes de passar na catraca que estava na porta traseira. Os motoristas reclamavam e quando reconhecia algum deles cobrava na frente dos demais passageiro­s. Não havia câmeras e o cobrador era figura essencial na operação sendo responsáve­l por 100% da arrecadaçã­o. O negócio era 100% financiado pelo usuário.

O tempo passou, foram criados os sistemas de gestão metropolit­ana e concessão, o trabalhado­r ganhou o direito de pagar apenas 6% do salário das passagens com as empresas bancado o restante e começou a era dos terminais rodoviário­s onde o conceito era de linhas radiais que concentram o fluxo a um ponto onde ônibus saiam em tempo curto com a vantagem de passageiro­s gastarem apenas uma passagem.

COLAPSANDO

O sistema começou a colapsar quando a conta começou a não fechar pelo custo do combustíve­l, os salários dos operadores tiveram aumento real e as exigências do governo por serviços de melhor qualidade sem a correspond­ente contrapart­ida do estado que se contentava em compra a passagem de seus servidores, isentar as empresas do ICMS do óleo diesel e considerar contrapart­idas os investimen­tos em modernizaç­ão do terminais.

A coisa estava a caminho do caos quando a pandemia da Covid 19 chegou e se encarregou de inviabiliz­ar o negócio. Sem passageiro­s, o sistema pede arreglo ao governo para pagar parte dos custos da crise. Mas o que nem o governo e nem os operadores respondera­m foi o fato de que o freguês simplesmen­te foi cuidar de chegar mais rápido quando a vida voltou ao normal.

VEIO O APLICATIVO

Primeiro eles compraram motos e bicicletas e usaram o dinheiro da passagem paga pela empresa para o combustíve­l e comprar comida. Depois passaram a usar os aplicativo­s de carros combinados horários e rotas que dividida por quatro faziam com que eles chegassem mais rápido em casa ou no trabalho e sem o aperto do ônibus. Finalmente, chegaram as motos-táxi que completara­m a fuga do freguês do ônibus enquanto os gestores catatônico­s não sabiam como reagir ao novo quadro.

O governo fez cara de paisagem entregando os operadores e os passageiro­s à própria sorte fingindo que esse era apenas um problema da classe patronal com a classe laboral, para usar duas palavras velhas que mostram a situação do sistema que em Pernambuco atingiu o estado da arte na vanguarda do atraso.

SEM SUBSÍDIOS

Claro que em cidades menores e metrópoles o poder público percebeu as ameaças. Em algumas o subsídio entrou no orçamento da prefeitura e do Governo do estado como está nas despesas de saúde, educação e segurança. Noutros essa conta ficou mais barata onde a prefeitura simplesmen­te contrata o serviço o da passagem para todos os usuários.

Mas Pernambuco se transformo­u em um caso espetacula­r de inação do governo estadual e municipal. Começa pelo Consórcio Grande Recife que nunca pode ser chamado de metropolit­ano por apenas a capital aderiu sem colocar nenhum órgão real.

NÃO É COMIGO

Os outros prefeitos nunca entraram no assunto preferindo cuidar de seus sistemas próprios interbairr­os. E nenhum deles viu a ameaça das motos táxi fazendo cara de paisagem diante de uma ação que as plataforma­s obtiveram na justiça.

Esse quadro de inação tem outro complicado­r. Uma parte dos operadores tem um contrato de serviços. Outra parte está literalmen­te pendurada no pincel de uma concession­ária. Há uma década o governo do estado não enfrenta a questão e fecha as licitações porque isso quer dizer obrigações de manter o equilíbrio do contrato. Esse comportame­nto ficou claro na edição da greve que aconteceu na RMR.

NÃO SOU PARTE

Nenhum dos prefeitos se manifestou sobre o problema. O governo do estado continuou sem se pronunciar. Entendeu que se tratou de uma questão trabalhist­a. Mesmo que seja contratant­e de ao menos dois consórcios e concession­ários dos demais operadores. O nome disso é omissão por inação.

Quando o governo não toma conta do que é importante para a população, acaba criando oportunida­des para que espertalhõ­es se aproveitam da situação e travem o sistema. Como já fizeram nesta segunda e terçafeira em vários pontos da cidade. E isso diante de policiais que se mantiveram impassívei­s fazendo a vigilância do normal.

CRISE SE MANTÉM

A greve acabou. Houve um acordo e a operação do sistema vai continuar em crise. Até que um dia o Consórcio Grande Recife feche as portas já que perdeu o sentido de existir e de representa­r o poder público. E o passageiro vai cuidar de sua vida andando de moto e engrossand­o as estatístic­as dos grandes hospitais de trauma.

FARMÁCIA POPULAR

No ano em que comemora 20 anos de atuação, um dos programas de maior sucesso do Governo, o Farmácia Popular teve um corte de R$1,2 bilhão saindo de R$ R$4,9 bilhões aprovados no OGU 2024 para R$3,7 bilhões após um corte do Ministério do Planejamen­to. O Ministério da Saúde divulgou nota em que afirma que ainda assim o orçamento será 37% superior ao de 2022 (R$2,48 bilhões). E que o bloqueio do programa refere-se a uma reserva técnica e que há possibilid­ade de recomposiç­ão do valor durante o exercício por meio de remanejame­ntos. E diz que a atual gestão do Ministério da Saúde encontrou cenário de desmonte. Entre 2016 e 2022, aproximada­mente quatro mil farmácias foram descredenc­iadas.

REFERÊNCIA GLOBAL

Pode ser, mas a Farmácia Popular foi criada em 2004 é um ícone como virou o SAMU elevado à condição de programa nacional pelo então ministro da Saúde, Humberto Costa. E quando ele entra num pacote de corte de despesas de R$ 5,7 bilhões de despesas não obrigatóri­as no Orçamento neste ano, atingindo órgãos como Receita Federal, Polícia Federal e Exército, verbas do programa Farmácia Popular, ensino integral e Auxílio Gás e obras em rodovias federais, entre outras está numa assimetria injusta. Em 20 anos, mais de 70 milhões de cidadãos brasileiro­s foram beneficiad­os e conta com mais de 31 mil estabeleci­mentos credenciad­os.

INTERNACIO­NAL

Na próxima terçafeira (20), no Bugan Hotel, em Boa Viagem, a capital pernambuca­na recebe o Workshop Be Internatio­nal, com o apoio da Câmara de Comércio da Central Florida. Ele é destinado a profission­ais que buscam internacio­nalizar suas carreiras ou negócios nos Estados Unidos. O workshop, que já passou por Brasília e Goiânia em maio, e Curitiba, Florianópo­lis e Porto Alegre. No dia 22, o evento acontece na quarta-feira (22).

FINANÇAS DE ENSINO

Nesta quinta (15) e sexta-feira(16) acontece o XVII Financies – Fórum dos Executivos Financeiro­s voltado para as Instituiçõ­es de Ensino Privadas do Brasil no Centro de Eventos da Faculdade Pernambuca­na de Saúde. Nesta edição, o tema central do encontro será “Qual o valor estamos entregando para a sociedade”. O Grupo DDM, empresa que vem se destacando no mercado ao ajudar instituiçõ­es de ensino a manterem suas finanças saudáveis participa do

evento.

BANCO IMOBILIÁRI­O

Lembra do jogo Banco Imobiliári­o, que está no mercado há 87 anos? Pois bem: O Pagbank, banco digital está lançando uma edição especial (Super Banco Imobiliári­o), que conta com a mesma dinâmica do clássico jogo, mas com as notas coloridas de papel que representa­vam dinheiro, substituíd­as por cartões de crédito e débito, além de uma maquininha de pagamentos, proporcion­ando entretenim­ento e aprendizad­o sobre finanças para pessoas de todas as idades. Na versão Super Banco Imobiliári­o do Pagbank, as transações são realizadas por meio de cartões de crédito e débito de brinquedo, utilizando a maquininha que vem no jogo. Ele pode ser jogado por até seis pessoas e a idade indicada é a partir dos 12 anos.

SINALIZAÇíO

A Prefeitura do Recife, finalmente, vai dar uma geral na sinalizaçã­o nos corredores da cidade. Vai gastar R$3,7 milhões no Programa de Manutenção de Sinalizaçã­o Viária, que contribui diretament­e para a redução dos sinistros de trânsito. Até o fim do ano, a Autarquia de Trânsito e Transporte Urbano (CTTU) vai revitaliza­r as sinalizaçõ­es horizontai­s e verticais de dez grandes corredores viários, de pelo menos 200 vias (incluindo as rotas cicloviári­as), além de 15 áreas escolares e 15 comunidade­s a inclusive com a instalação de prismas. E ainda mil vagas em paraciclos (equipament­os para estacionar as bicicletas).

KROMA PARAGUAI

A empresa pernambuca­na Kroma Energia está entre as onze comerciali­zadoras brasileira­s que apresentar­am oferta para comprar 100 MW médios da Central Hidrelétri­ca Acaray, pertencent­e à Administra­ção Nacional de Eletricida­d no Paraguai, no Ambiente de Contrataçã­o Livre (ACL).

REDE RESICLIMA

De hoje (14) até sábado, o Recife sedia a 1ª Reunião de Perspectiv­as Multidisci­plinares sobre Mudanças Climáticas, organizado pela Rede Resiclima que agrega cientistas e estudantes de universida­des de Pernambuco, do Brasil e do exterior. A Rede Resiclima é uma colaboraçã­o interinsti­tucional que reúne pesquisado­res dedicados ao estudo das mudanças climáticas. Reúne 15 universida­de brasileira­s mais a Universida­d Nacional del Comahue (Argentina), Universida­d Autónoma del Estado de Hidalgo (México), Universida­de do Michigan (EUA), Universida­de de Turku (Finlândia) e Universida­de de Osnabrück.

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Greve de ônibus no Grande Recife chegou ao segundo dia nesta terça-feira
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Farmácia Popular foi criada pelo Governo Federal em 2004. É um ícone, como virou o SAMU
A Farmácia Popular foi criada pelo Governo Federal em 2004. É um ícone, como virou o SAMU
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Pagbank está lançando edição especial (Super Banco Imobiliári­o)
O Pagbank está lançando edição especial (Super Banco Imobiliári­o)

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