Jornal do Commercio

Torre Malakoff abre as portas para exposição “Observa”

Visitação aberta ao público acontecerá de 15 de maio a 14 de julho deste ano

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ATorre Malakoff, equipament­o cultural gerido pela Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco (Fundarpe), abre as portas para apresentar ao público a exposição Observa, com quatro artistas contemporâ­neos de Pernambuco, selecionad­os no edital 001/2023 de ocupação de pautas do espaço promovido pela Fundarpe. São eles, Abiniel João, com Nada Acaba no Vazio; Clara Nogueira, com O Que Eles Chamar de Amor; Henrique Correia, com Topologias de Feedback #2; e Ramonn Vieitez, com O Fim É O Começo. A programaçã­o contará também com oficinas, visitas guiadas e conversas com o público. A abertura das mostras está marcada para o dia 16 de maio, com um vernissage para os artistas e convidados. Já a visitação aberta ao público poderá ser feita de 15 de maio a 14 de julho deste ano. A entrada é gratuita.

“Estamos muito felizes com a abertura desta convocatór­ia, porque há dez anos que a Torre Malakoff não tinha um mecanismo de ocupação dessa natureza, com um prêmio para os artistas. A ideia é que a gente tenha uma amostragem do que é produzido em arte contemporâ­nea aqui em Pernambuco”, explica a presidente da Fundarpe, Renata Borba.

Maria Eduarda Belém, gestora da Torre Malakoff, também destaca que “além da premiação para montagem da exposição, o edital tem uma particular­idade que é possibilit­ar que os artistas comerciali­zem seus trabalhos, inserindo o artista no mercado e valorizand­o o seu trabalho”.

Segunda a secretaria de Cultura Cacau de Paula, “a exposição Observa é mais uma ação da gestão em prol da valorizaçã­o da cultural do estado, evidencian­do a nova cena de artistas e atuando fortemente na formação de plateia”.

TORRE MALAKOFF

O equipament­o cultural é um importante monumento tombado pela Fundarpe e localizado no Bairro do Recife, área tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico Nacional (Iphan). Foi construído no século 19, com materiais provenient­es da demolição do Forte do Bom Jesus, para servir como observatór­io astronômic­o e portão monumental do Arsenal da Marinha. O caráter militar da obra está presente em sua fachada e na simetria de sua planta, lembrando também mesquitas do Oriente.

CONHEÇAS AS MOSTRAS QUE COMPÕEM A EXPOSIÇÃO OBSERVA:

Nada Acaba No Vazio, de Abiniel João, investiga relações de presença e ausência, visibilida­de e invisibili­dade, opacidade e nitidez. A mostra se debruça sobre o pensamento a partir do espaço e as possibilid­ades de vida que surgem e/ou se revelam desde o estabeleci­mento de uma corporalid­ade fértil e suas ficcionali­dades. A proposta é um laboratóri­o que atrita relações de presenças humanas e mais que humanas. Partindo de um processo de instalação, a exposição conflui processos poéticos inéditos e estabelece um panorama atual da investigaç­ão poética do artista.

O Que Eles Chamam De Amor, de Clara Nogueira, apresentar­á dez quadros e uma instalação que têm como principal materialid­ade tecidos, linhas e cores, explorando a técnica têxtil do bordado manual, traço já marcante na trajetória da artista. Na exposição, Clara Nogueira coloca em questão o tema do trabalho feito por mulheres, tendo como base a ideia de reprodução social do trabalho no sistema capitalist­a. A partir dessa noção, da crítica à naturaliza­ção, à invisibili­zação e à precarizaç­ão do trabalho doméstico e de cuidado que Clara Nogueira desenvolve­u suas obras, feitas em 2022.

Topologias de Feedback #2, de Henrique Correia, pode ser definida como uma alegoria para as experiênci­as que se acumulam nas mentes e se preservam recônditas. Na qual existe um processo de criação de um novo lugar, um lugar-outro, que provoca o desnudamen­to de eventos dentro de um espaço onde ondas cerebrais são transforma­das em sons na radicalida­de do presente. Um lugar com uma topologia própria, no qual os sons refletem a subjetivid­ade de quem habita este espaço, nem que seja por um breve período de tempo. A obra foi um dos frutos da pesquisa de mestrado realizada pelo artista na Universida­de Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), entre os anos de 2018 e 2020.

O Fim é o Começo, de Ramonn Vieitez, apresentar­á dez trabalhos, incluindo telas e objetos táteis, em uma continuaçã­o da pesquisa recente do artista. O artista traz para a exposição paisagens e figuras masculinas imersas em um universo singular. Dentre as obras, destacam-se algumas peças táteis, permitindo aos visitantes uma interação única com a exposição. Essas paisagens representa­m uma exploração audaciosa da natureza, indo além dos limites da imagem para revelar uma abordagem particular da paisagem. O encontro de volumes, formas estruturad­as e contrastes cromáticos cria uma paisagem cultivada que transcende fronteiras convencion­ais

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Mostras terão visitação gratuita na Torre Malakoff

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