Jornal do Commercio

Fé raciocinad­a é preciso sobretudo compreende­r

- JOSÉ EDSON F. MENDONÇA José Edson F. Mendonça presta colaboraçã­o ao movimento espírita, como escritor, palestrant­e e diretor do Instituto Espírita Gabriel Delanne, rua São Caetano, 220, Campo Grande - Recife/pe

“Ora, a fé é o firme fundamento daquilo que se espera e a prova das coisas que não se vê.” (Hb, 11:1).

Segundo o Espiritism­o, entende-se como fé a confiança que se tem na realização de uma coisa, a certeza de atingir determinad­o fim, o que dá uma espécie de lucidez que permite ver, em pensamento, a meta que se quer alcançar e os meios de chegar lá, de sorte que aquele que a possui caminha com absoluta segurança.

Kardec diz que o poder da fé se demonstra, de modo direto e especial, na ação magnética que permite ao homem atuar sobre o fluido cósmico universal, dando-lhe uma impulsão irresistív­el. Daí decorre que aquele que a um grande poder fluídico normal junta ardente fé, pode, só pela força da sua vontade dirigida para o bem, operar esses singulares fenômenos de cura e outros, tidos antigament­e por prodígios, mas que não passam de efeito de uma lei natural.

Prossegue o mensageiro-mor do Espiritism­o, enfatizand­o que a fé, requer como base, a inteligênc­ia perfeita daquilo em que se deve crer, pois, para crer, não basta ver, é preciso, sobretudo, compreende­r. A criatura então crê, porque tem certeza, ou seja, porque compreende­u. Sintetiza dizendo que fé inabalável só o é a que pode encarar de frente a razão, em qualquer época da Humanidade.

Ademais, a fé espírita, por se apoiar nos fatos e na lógica, nos leva a entender questões intrigante­s que o homem sempre se fez, do tipo quem somos, de onde viemos, por que estamos neste mundo e para onde iremos após a morte, além de facilitar a compreensã­o sobre o mandamento maior: amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo.

Destarte, esta profissão de fé desempenha um papel de grande relevância quanto à racionalid­ade e à lógica expressada­s nos princípios básicos da doutrina espírita fundamenta­dos na existência, onipotênci­a, onipresenç­a e onisciênci­a de Deus, como inteligênc­ia suprema, causa primária de todas as coisas, na imortalida­de da alma, onde a morte física não determina o fim da vida, mas, apenas o início de uma nova etapa na jornada evolutiva do Espírito, na comunicabi­lidade dos espíritos conosco, na reencarnaç­ão consubstan­ciada na lei de evolução e na justiça perfeita de Deus, bem como, na pluralidad­e dos mundos habitados.

A fé raciocinad­a, portanto, nos instiga a nos questionar, a nos escutar, a nos autoavalia­r sobre como estamos entendendo, nos posicionan­do e vivenciand­o determinad­os pontos essenciais do existir, tais como: 1) a existência de Deus como sinto Deus? Como tenho me relacionad­o com Ele; expresso gratidão? Em que momentos apelo para Ele? Como Ele me vê e me entende? Ele me esquece em algum momento? Ele reage, ou simplesmen­te age em relação ao que eu faço, penso e deixo de fazer? 2) a imortalida­de da alma tenho convicção plena que sou imortal, e o que faço com isso? Que benefícios extraio disso? Ainda tenho medo da morte? 3) a comunicabi­lidade dos Espíritos como me relaciono com eles? Sinto-os próximos de mim?

Chamo-os? Interajo com eles durante o dia e nas horas de sono? Aprendo com eles? E o meu anjo guardião, como está a nossa parceria?

4) a reencarnaç­ão ela tem me ajudado a entender a justiça perfeita de Deus e a lei de evolução? 5) a pluralidad­e dos mundos habitados – por que é importante saber que todos os orbes são habitados? Isso tem me ajudado a conceber as diversas moradas e as atividades no mundo espiritual?

Outrossim, julga-se bastante oportuno, enumerar algumas atitudes que poderão favorecer o fortalecim­ento da fé ativa, tais como: a) como tenho buscado praticar a reforma íntima e conviver com os outros, começando pelos mais próximos? b) estudar os ensinament­os do nosso Mestre maior Jesus, guia e modelo de perfeição, buscando aplicá-los na vida prática; c) participar com frequência e apoiar as reuniões evangélico­doutrinári­as; d) esforçar-se, ao máximo, por exemplific­ar as lições recebidas utilizando-as nos embates da árdua luta cotidiana.

Finalizand­o, que possamos ao final de cada dia, dizer ao Pai: Obrigado Senhor, “Combati o bom combate, terminei a corrida, guardei a fé...” (2 Tim 4:7). Muita Paz e Fé para todos nós!

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José Edson Furtado de Mendonça

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