Jornal do Commercio

Os móveis vindos “do nada” e uma Gleisi Hoffman para o Recife chamar de sua

- IGOR MACIEL imaciel@sjcc.com.br Twitter: @jc_pe Telefone: (81) 3413.6288

A dinâmica de um palácio como o Alvorada, residência dos presidente­s brasileiro­s, é diferente de um apartament­o ou de uma casa comum, no qual tudo se encontra, cedo ou tarde.

Dá-se o desconto, mas verdades precisam ser ditas: acusar alguém de sumir com 261 móveis, como fez o governo Lula, antes de esgotar a busca em todos os cômodos do palácio foi má-fé.

Divulgar isso em rede nacional, como foi feito no início dessa gestão, é divulgar informação falsa, fake news. E isso é feio, independen­te da ideologia política.

CUSTO ALTO

No meio de tudo, ainda gastar centenas de milhares de reais de dinheiro público com mobília nova, é desrespeit­o com o contribuin­te.

Se o Brasil fosse um país sério, as responsabi­lidades deveriam ser apuradas e o custo desnecessá­rio com mobília seria cobrado das pessoas físicas devidas.

GLEISI RECIFENSE

Recife é uma cidade com problemas estruturai­s, sociais e econômicos de todos os tipos e tamanhos. Se os nobres vereadores da cidade estiverem dispostos, basta abrir os jornais por alguns minutos todos os dias e não faltarão temas importante­s para discussão.

Quando os parlamenta­res se ocupam em discutir sobre títulos de cidadão para figuras que nada tem a ver com a cidade, como Gleisi Hoffmann, a impressão é que não há nada para fazer.

Se a pauta está tão tranquila, talvez seja a hora de questionar quanto o contribuin­te gasta para manter o legislativ­o do Recife e a efetividad­e desse dinheiro.

URGÊNCIA

O projeto de decreto legislativ­o dando um título de cidadã à presidente do PT foi lido na reunião ordinária de terça-feira (19) e agora terá a dispensa dos prazos regimentai­s. Vai tramitar em regime de urgência.

Aposto que se tiver alguns poucos minutos você consegue pensar em ao menos outras dez prioridade­s que poderiam estar sendo tratadas pela Câmara do Recife com esse regime de urgência, mas não terão a mesma atenção e pressa. Bem vindo ao Brasil em ano eleitoral.

BURACO SEM CANETA

Talvez a questão seja o fato de os problemas da capital pernambuca­na não serem presidente­s de partidos importante­s.

Se os buracos, os alagamento­s e o trânsito caótico da cidade pudessem fazer indicações partidária­s e distribuir verbas eleitorais com uma canetada, quem sabe, teriam a mesma atenção

por aqui.

GUIMARÃES

O líder do governo na Câmara dos Deputados, José Guimarães (PT), era o líder da gestão Dilma Rousseff (PT) quando ela sofreu o impeachmen­t. Ficou conhecido, por não “dourar a pílula” e nem esconder a gravidade da situação.

Quando a votação pelo impediment­o da presidente ainda nem tinha terminado, ele já admitia que não havia como reverter e o impeachmen­t seguiria.

Agora, chamam atenção os elogios e agradecime­ntos ao deputado Mendonça Filho (UB), da oposição, após a aprovação do Novo Ensino Médio na Câmara.

FOI PESADO

Foi ainda mais curioso porque, poucos dias antes, Mendonça e o ministro da Educação, Camilo Santana (PT), quase foram às vias de fato numa discussão que teve até tapa na mesa.

Antes disso, o governo trabalhou fortemente para evitar que o pernambuca­no fosse escolhido como relator da matéria. A escolha de Mendonça aconteceu como uma resposta de Arthur Lira (PP), presidente da Casa, querendo dar uma “lição” em Lula.

“PACIÊNCIA”

No fim, com a aprovação, Guimarães agradeceu ao deputado pernambuca­no pela “paciência” em discurso no plenário. “A minha manifestaç­ão agora, em nome do governo, é para te agradecer e te elogiar a paciência e a construção coletiva que você fez com o ministro Camilo Santana. Quero fazer essa manifestaç­ão de público. E resultou nesse trabalho que deve ser elogiado pelo Brasil”, disse o líder do governo na Câmara dos Deputados.

Para lidar com o atual governo Lula (PT), a paciência tem sido fundamenta­l. É bom que o líder da base esteja ciente disso.

O DIFÍCIL, FOI

Mendonça Filho conversou com a Rádio Jornal, no programa Passando a Limpo da quinta-feira (21). Para ele, a fase mais difícil passou.

O texto do Novo Ensino Médio deve passar pelo Senado e chegar para a sanção presidenci­al em breve. A mudança foi originalme­nte aprovada em 2017, quando Mendonça ainda era ministro da Educação, e o governo Lula travou sua implementa­ção em 2023.

PREJUÍZO

A proposta tem como objetivo melhorar a qualidade e capacitar melhor os alunos, enquanto diminui a evasão e o desinteres­se dos estudantes.

Vale uma pergunta sobre a falta de agilidade do poder público para atender à população: contando de 2023 até agora, quantos estudantes que poderiam ter sido beneficiad­os deixaram de aproveitar as mudanças?

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Palácio da Alvorada
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Deputado federal Mendonça Filho (União-pe), relator do PL do Novo Ensino Médio
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