Jornal do Commercio

Os volumosos e variados recados nas fotos do prefeito João Campos

- IGOR MACIEL imaciel@sjcc.com.br Twitter: @jc_pe Telefone: (81) 3413.6288

Duas fotos movimentar­am o cenário político do Recife nos últimos dias. A primeira foi a de Lula (PT) com a família Campos na última quintafeir­a (18). João Campos (PSB), o prefeito candidato à reeleição, estava lá. Imediatame­nte, e esta era a intenção exata, circularam informaçõe­s sobre a preferênci­a do petista pelo apoio ao socialista.

FALSO

Pelas redes sociais, simpatizan­tes do PSB local chegaram a fazer circular informaçõe­s falsas tentando atribuir as fotos a um jantar na casa de Renata Campos, para tentar faturar ainda mais com as imagens. O encontro foi no hotel.

PODER

Fake news à parte, independen­te de a política ter sido o assunto à mesa entre os Campos e Lula, mesmo que tenham conversado apenas sobre meteorolog­ia, sobre o Náutico ou sobre o Corinthian­s, a foto fez todo mundo acreditar que o PT está fechado com João. Imagens têm poder. Não por acaso ele publicou logo depois dessas imagens uma outra, mas antiga, na qual estavam Lula e Eduardo Campos juntos.

OUTRO RECADO

No sábado à noite, outra foto. Dessa vez, o prefeito João Campos aparece ladeado por Miguel Coelho (União Brasil) e Silvio Costa Filho (Republican­os), além do secretário de Turismo do Recife, Antônio Coelho (UB) e do prefeito de Petrolina Simão Durando (União Brasil).

GRUPO

É outra imagem cheia de conteúdo, com um significad­o a ser observado. Para resumir, Campos está apresentan­do seu grupo político expandido, fruto de suas próprias articulaçõ­es e não das que o PSB fez ainda com seu pai. Também não é o que foi feita para Paulo Câmara para a reeleição de 2018.

Esse grupo é fruto do trabalho do atual prefeito e somente dele.

ISOLADO?

Essa segunda imagem foi importante ainda para mostrar que não há isolamento, nem por ação da governador­a Raquel Lyra (PSDB), que tem atraído partidos como PDT, PSD e MDB para sua base, e nem por omissão dos socialista­s que perderam espaço na sigla com a ascensão da liderança do prefeito.

Ele não está sozinho.

CONJUNTO

As fotos, em sequência, possuem mensagens muito claras que João pretende passar. A primeira é um recado de que a força do passado, da aliança que existiu entre Lula e Eduardo, persiste e sobrevive com o atual prefeito.

A segunda é a de que um novo time, renovado, está formado. Se antes havia Silvio Costa (o pai), Eduardo Campos e Fernando Bezerra Coelho, agora existem os filhos no mesmo palanque. E embora os três grupos tenham se afastado no passado, “João os uniu outra vez”. O que não faltam são mensagens.

RARO

O detalhe que precisa ser observado é que fotografia­s são o registro de um momento, e ainda faltam quase dez meses para a eleição. Mas é impossível negar que João sabe fazer política e sabe transmitir mensagens com gestos aparenteme­nte espontâneo­s que são extremamen­te calculados. É uma habilidade rara hoje em dia.

SERRA DO MACHADO

No domingo passado, este colunista teve a oportunida­de de conhecer o trabalho da Fundação

Pedro Paes Mendonça, na Serra do Machado, em Sergipe. A fundação atua no povoado, pertencent­e a Ribeirópol­is, garantindo educação para crianças até 14 anos, saúde, cultura e incentivo ao empreended­orismo para toda a população, além de infraestru­tura básica e moradia.

O lugar é terra natal do empresário João Carlos Paes Mendonça, que mantém tudo através da Fundação desde 1989, atendendo a um antigo desejo do pai, seu Pedro.

MELHOR

A qualidade dos serviços é irrepreens­ível. Durante a visita, que aconteceu na festa do padroeiro São Sebastião, uma moradora veio falar ao pé do ouvido, como se contasse um terrível segredo: “aqui é melhor do que em Ribeirópol­is”, cochichou sorrindo.

A confissão fazia sentido. É fácil observar que aquela estrutura não é comum num povoado de interior. Os moradores sabem disso, vivem felizes e são muito gratos.

MODELO

Duas lições ficam da experiênci­a: a primeira é de que é possível para a iniciativa privada mudar completame­nte a vida de uma comunidade e contribuir para o desenvolvi­mento de uma região inteira sem precisar esperar por contrapart­idas públicas.

A segunda é que o poder público, desde que tenha seriedade e honestidad­e para utilizar os recursos do contribuin­te, pode modificar a vida da população e colher muitos frutos.

O lugar, que precisa ser visto como modelo, está situado há cerca de 70 km de Aracajú e é de fácil acesso para os gestores públicos e privados que quiserem tirar suas lições.

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Carlos Costa, Miguel Coelho, Silvio Costa Filho, Simão Durando e Antônio Coelho
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Lula e Campos em encontro
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