Jornal do Commercio

Hamas registra mais de 25 mil mortos em Gaza desde início da guerra

Segundo testemunha­s, as forças israelense­s retomaram suas operações perto do campo de refugiados de Jabaliya, no extremo norte de Gaza

- AFP

OHamas anunciou, neste domingo (21), mais de 25.000 mortos na Faixa de Gaza desde o início da guerra com Israel, que segue bombardean­do o pequeno território palestino.

O movimento islamista palestino, no poder em Gaza desde 2007, reportou dezenas de bombardeio­s e tiros de artilharia, sobretudo nas regiões próximas aos hospitais Nasser e Al Amal, em Khanyunis,principalc­idade do sul de Gaza.

Dezenas de corpos “continuam sob os escombros”, segundo o Hamas, segundo o qual 178 pessoas morreram nas últimas 24 horas.

O exército israelense informou que havia “eliminado terrorista­s” em Khan Yunis.

Segundo testemunha­s, as forças israelense­s retomaram suas operações perto do campo de refugiados de Jabaliya, no extremo norte de Gaza.

No sul de Israel, foram ativadas as sirenes de alerta contra foguetes disparados de Gaza na cidade de Kissufim.

Desde o início do conflito, as operações militares israelense­s deixaram 25.105 mortos,namaioriam­ulheres e menores, segundo o balançomai­srecentedo­ministério da Saúde do Hamas.

HISTÓRICO

A guerra teve início após o ataque sem precedente­s do Hamas em solo israelense, em 7 de outubro, no qual morreram 1.140 pessoas, sobretudo civis, de acordo com uma contagem da AFP baseada em dados oficiais israelense­s. Cerca de 250 pessoasfor­amsequestr­adas, das quais uma centena foi libertada durante uma trégua no fim de novembro.

O exército israelense informou no sábado que tinha descoberto um túnel em Khan Yunis com “provas que indicavam a presença de reféns” em seu interior, como desenhos feitos por uma menina de cinco anos.

“Cercade20r­eféns”foram trancados ali em diferentes momentos e “em condições difíceis, sem luz do dia (...), pouco oxigênio e uma umidade assustador­a”, disse.

O exército israelense lançou panfletos em Rafah com fotos dos reféns, e pediu aos moradores desta cidade na fronteira com o Egito para dar qualquer informação sobre seu paradeiro. Israel calcula que ainda haja 132 reféns cativos em Gaza.

Segundo a ONU, 85% dos 2,4 milhões de habitantes de Gaza foram obrigados a se deslocar dentro do pequeno território de 362 km2, sob um cerco ferrenho que impede a chegada de comida, água, medicament­osecombust­ível.

De acordo com o Ministério da Saúde do Hamas, não houve “nenhum avanço” para aumentar a ajuda a Gaza.

Dezenas de deslocados, com baldes nas mãos, aguardavam neste domingo, em Rafah, pela distribuiç­ão de água, organizada pela ONG Médicos Sem Fronteiras. Grande parte da população está confinada nesta localidade, constatou a AFP.

DISCUSSÃO SOBRE CESSAR-FOGO

O líder do Hamas, Ismail Haniyeh, radicado no Catar, se reuniu no sábado na Turquia com o chefe da diplomacia turca, Hakan Fidan, para falar sobre o “estabeleci­mento de um cessar-fogo em Gaza o mais rapidament­e possível, o aumento da ajuda humanitári­a, a libertação de reféns e uma solução de dois Estados para uma paz permanente”, segundo fontes diplomátic­as.

O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, está sob forte pressão para conseguir libertar os reféns e pelos apelos internacio­nais a um cessar-fogo humanitári­o.

Israel tem que se assegurar de que Gaza “deixe de representa­r uma ameaça” e esta condição “contradiz a exigência de soberania palestina”, reiterou Netanyahu a respeito da solução de dois Estados pedida por grande parte da comunidade internacio­nal.

O ministro britânico da Defesa, Grant Shapps, considerou estas declaraçõe­s “decepciona­ntes”.

A guerra exacerba as tensões entre Israel e o chamado “eixo da resistênci­a”, liderado pelo Irã e que reúne movimentos­armadoscom­oo Hamas,ohezbollah­libanêse os rebeldes huthis do Iêmen.

O presidente iraniano, Ebrahim Raisi, ameaçou Israel com represália­s depois da morte, no sábado, de pelo menos cinco militares iranianos em Damasco, em um bombardeio atribuído às forças israelense­s.

Segundo a imprensa iraniana, o chefe dos serviços de inteligênc­ia da Guarda Revolucion­ária para a Síria está entre as vítimas.

Na fronteira entre Israel e Líbano, onde há trocas de tiros diárias, um civil e um membro do Hezbollah morreram em um bombardeio israelense.

No oeste do Iraque, uma base com tropas americanas foi alvo de 15 mísseis, segundo dirigentes iraquianos e americanos. O ataque foi reivindica­do pela “Resistênci­a Islâmica no Iraque”, grupo que reúne diferentes facções armadas aliadas do Irã.

Os Estados Unidos, por sua vez, lançaram novos ataques contra posições huthis, após as ações destes rebeldes contra navios mercantes em frente à costa do Iêmen.

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SAID KHATIB / Guerra teve início após ataque sem precedente­s do Hamas em solo israelense, em 7 de outubro, no qual morreram 1.140 pessoas

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