As priscas que Zeferino cultiva no Verde de Portugal
Amanhã, na última reportagem da série, Maria Izabel a vinicola que JCPM comprou no icônico Douro.
Oportuguês Zeferino Ferreira da Costa é conhecido no mercado imobiliário pelo padrão arrojado de seus investimentos focados na classe A, onde a colocação de preços tem mais a ver com o que o prédio oferece inovação do que com a capacidade de pagamento de seus potenciais clientes.
De fato, a Vale do Ave ao lado da concorrente familiar Rio Ave e dos projetos mais celebrados no Reserva do Paiva, o icônico bairro planejado que a família Brennand constrói no Cabo de Santo Agostinho.
Mas o velho português - que certo dia pegou um comboio na sua querida Porto em Portugal para tentar a sorte no Brasil - tem um forte motivo para, ao menos, seis vezes por ano voltar a sua quinta Vinhas de Priscos, localizada em Famalicão na Região dos Vinhos Verdes próxima ao Porto: Cuidar de suas vinhas de uvas branca de onde uma vez por ano colhe uvas maduras que produzem, em média, 20 mil garrafas do seu Priscas.
Ferreira da Costa é um apaixonado pelo vinho.
Cuida pessoalmente de cada linha de castas plantadas no seu parreiral e, não raro, denomina os caminhos entre elas.
O Priscas é um vinho verde com mais de 30 anos no mercado português e brasileiro onde é distribuído pela distribuidora Épice, da família de Eduarda Dias da qual foi era amigo do fundador, Licínio, que o revendia em centenas de pontos no Brasil. Em Portugal, ele está no cardápio dezenas de restaurantes, entre eles, o conhecido Pinóquio, no centro de Lisboa.
Ele, como todo vinho denominado Verde é uma mistura de três castas (São Lourenço,trajadura e Loureiro) que são colhidas maduras e tem a particularidade de serem plantadas juntas de modo que o blend se dê no próprio parreiral onde a variedade Loureirotem 60% das plantas distribuídas no campo. Zeferino introduziu nessa mistura a casta Alvarinho (10%) também de origem portuguesa e plantada na Espanha.
Segundo ele, essa mistura de quatro castas colhidas juntas deu ao Priscas uma personalidade própria. Um vinho branco, leve e suave agradável de beber especialmente nas refeições do meio-dia embora seja também consumido no jantar e nas celebrações vespertinas.
Ele também esclarece um certo equívoco dos brasileiros em relação ao que se convencionou chamar de Vinho Verde de Portugal. “É verdade que vinho verde só existe em Portugal. Mas não é porque seja verde. O vinho é um branco clássico e aromático. Mas ele é produzido apenas na região do Verde de Portugal e com essa característica de mistura no campo das três castas”.
Ela é conhecida por usar um conjunto de castas das mais antigas que o mercado tem conhecimento havendo registos de que começou a ser plantada entre os séculos X e XII. Elas viraram uma referência dos brancos suaves com maior teor de açúcar. A Alvarinho é um ícone pelas notas cítricas misturadas com nuances de aromas florais e de frutos tropicais e paladar mineral.
Os negócios da Vinhas de Priscos começaram quando ele adquiriu em 1960 a propriedade Quinta de São Tomé cujos registros datam do 1400, portanto, há mais de 600 anos.a casa por dentro é do século XX, mas toda original no exterior.