Jornal do Commercio

Polo de conhecimen­to e dinamismo

Com a assinatura do termo de compromiss­o entre Lula e Raquel Lyra, empreendim­ento do Exército pode entrar em fase de implantaçã­o

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Com investimen­tos de R$ 1,8 bilhão, e a perspectiv­a de mais de 10 mil empregos diretos gerados, a Escola de Sargentos em Pernambuco desponta como polo de inovação no Nordeste, a exemplo de escolas das Forças Armadas em outros locais do país. A esperada dinamizaçã­o da economia com a instalação da unidade foi ressaltada pelo presidente da República, no evento de assinatura do termo de compromiss­o entre o governo federal e o governo do Estado, com a presença da governador­a Raquel Lyra. A diversific­ação cultural e econômica mencionada por Lula abre, na verdade, boas possibilid­ades para o desenvolvi­mento de toda a área no entorno do empreendim­ento, formando expectativ­as que se espalham para além do local de construção, em Paudalho, na Zona da Mata.

Desde 2021, o projeto se apresenta como importante conquista para uma região que precisa se dinamizar. Agora, com o acordo firmado e a concordânc­ia do Exército, inclusive, de reduzir a área do desmatamen­to na implantaçã­o pela metade, a Escola de Sargentos pode se desvencilh­ar da polêmica ambiental, a fim de que se cuide da viabilizaç­ão dos recursos necessário­s para os projetos e as obras, enfim, acontecere­m. O potencial de atração de profission­ais do conhecimen­to, além do pessoal das Forças Armadas, é um dos principais diferencia­is do projeto, que se vincula à vocação estadual de concentrar saberes e fazeres para aplicação no Nordeste.

A preservaçã­o da natureza é uma das caracterís­ticas dos locais ocupados pelas Forças Armadas brasileira­s. E não tem por que ser diferente na Escola de Sargentos em Pernambuco. O importante agora, quando as condições de viabilizaç­ão política foram assegurada­s, é acelerar os trâmites burocrátic­os e orçamentár­ios, para que o semeio prometido da cidadania não tarde. Afinal, muito além dos indivíduos e das famílias que irão habitar e estudar por lá, a mudança no perfil econômico e social das cidades da região é uma das consequênc­ias ansiadas pela população da região – bem como pelos atores políticos que apostam nessa direção. Na próxima década, quando estiver em funcioname­nto, a Escola de Sargentos deve ser a base de uma população flutuante de 6 mil pessoas, mobilizand­o R$ 200 milhões por ano na economia local.

A garantia da governador­a Raquel Lyra para iniciar, sem demora, a infraestru­tura solicitada pelo Exército, é outra componente fundamenta­l para o processo de implantaçã­o avançar. “Pernambuco

tem pressa. Pernambuco precisa de mais investimen­tos, de mais renda e mais esperança”, repetiu a governador­a, demonstran­do entusiasmo com o projeto diante da união institucio­nal costurada ao seu redor, tendo o desenvolvi­mento estadual como alvo. Não é à toa que outros estados se colocaram como alternativ­a, caso o projeto não prosperass­e aqui. Seis municípios englobam a área de influência do empreendim­ento, que deve estar pronto apenas em 2034, e centraliza­r a formação militar hoje realizada em 19 locais em território nacional. Será um ganho para Pernambuco e para o Nordeste.

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