Jornal do Commercio

Ministério da Fazenda abre consulta pública para regular big techs

Segundo o secretário de Reformas do Ministério da Fazenda, Marcos Barbosa Pinto, a consulta tratará dos aspectos econômicos das big techs

- Agência Brasil

Apartir desta sexta-feira (19) até 18 de março, brasileiro­s poderão enviar contribuiç­ões para regulament­ação de aspectos econômicos e concorrenc­iais das grandes plataforma­s digitais, chamadas de big techs. O Ministério da Fazenda abriu consulta pública sobre o tema.

As contribuiç­ões poderão ser enviadas por meio da plataforma Participa + Brasil. Para responder à consulta pública, é necessário ter conta no Portal Gov.br.

Segundo o secretário de Reformas do Ministério da Fazenda, Marcos Barbosa Pinto, a consulta tratará dos aspectos econômicos das big techs, como práticas abusivas aos consumidor­es e prejuízos à livre concorrênc­ia. Ele esclareceu que temas como conteúdos, fake news e moderação de comentário­s não são da alçada da pasta.

CONSULTA PARA REGULAÇÃO

A consulta pública, explicou o secretário, é necessária porque uma eventual regulação exigirá mudanças na Lei de Defesa da Concorrênc­ia. Até o fim do primeiro semestre, informou Barbosa, o governo concluirá o relatório da consulta e enviará uma proposta ao Congresso Nacional.

O secretário disse que a consulta considera relatórios do Conselho Administra­tivo de Defesa Econômica (Cade), órgão que monitora a livre concorrênc­ia e a concentraç­ão de mercado. Barbosa, no entanto, defendeu calma e prudência na regulação. “Não precisamos de pressa excessiva para trabalhar na regulação de plataforma­s. O tema está em curso na sociedade”, defendeu.

Outro ponto de atenção é a capacidade de as big techs constituír­em grandes bancos de dados e processare­m informaçõe­s dos usuários, incluindo hábitos pessoais e de consumo. Em muitos casos, elas fornecem anúncios específico­s com base nas informaçõe­s pessoais dos consumidor­es. A troca de dados entre plataforma­s de diferentes empresas é outro problema que afeta a concorrênc­ia dos mercados.

INFLUÊNCIA DAS BIG TECHS

A regulação das big techs já foi defendida, em diversas ocasiões, pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva e pelo ministro do Supremo Tribunal

Federal (STF) Alexandre de Moraes.

De acordo com o Ministério da Fazenda, as plataforma­s “exercem uma influência significat­iva sobre a organizaçã­o e a dinâmica dos mercados contemporâ­neos”. A pasta citou como exemplo o aumento do trabalho remoto, das reuniões virtuais e das compras online após a pandemia da covid-19.

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A regulação das big techs já foi defendida, em diversas ocasiões, pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva
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