Jornal do Commercio

Novo decreto de armas, violência policial no País e Juntos pela Segurança

Confira os fatos que marcaram o ano na segurança pública no País e em Pernambuco

- RAPHAEL GUERRA

Na área da segurança pública, o ano de 2023 foi marcado por desafios no combate à criminalid­ade no Brasil. O governo Lula mudou regras em relação ao acesso às armas de fogo. Em Pernambuco, um novo programa de segurança, com metas de redução da violência, foi lançado. Ao longo do ano, casos de violência policial no País também se multiplica­ram.

OLHOS ATENTOS ÀS ARMAS DE FOGO

Após quatro anos de flexibiliz­ação nas regras para posse e porte de armas de fogo, graças aos decretos assinados por Jair Bolsonaro, o Ministério da Justiça e Segurança Pública do governo Lula impôs o recadastra­mento delas para garantir maior controle. Um novo decreto, em julho, determinou que o cidadão comum possam ter duas armas e 50 munições por ano. Atiradores desportivo­s passar de um limite de 60 armas para 16. Já os clubes de tiros deixaram de funcionar 24h.

ATAQUES EM ESCOLAS

No País, houve recorde de ataques em escolas. Pelo menos nove casos foram somados ao longo do ano. Em um deles, em 27 de março, um adolescent­e de 13 anos esfaqueou quatro professora­s e um aluno dentro da Escola Estadual Thomazia Montoro, na Vila Sônia, na zona oeste de São Paulo. O Ministério da Justiça criou a Operação Escola Segurança, com canal de denúncias para identifica­ção e punição de suspeitos de ameaças e ataques em instituiçõ­es de ensino.

CIDADES DA BAHIA E PERNAMBUCO LIDERAM VIOLÊNCIA

Novo Anuário Brasileiro da Segurança Pública mostrou que quatro cidades da Bahia (Jequié, Santo Antônio de Jesus, Simões Filho e Camaçari) lideraram em mortes violentas intenciona­is em 2022. Em 5º lugar, apareceu o Cabo de Santo Agostinho, em Pernambuco. Ainda fizeram parte da lista dos 50 municípios mais violentos, Vitória de Santo Antão (27º), São Lourenço da Mata (30º), Garanhuns (39º) e Jaboatão dos Guararapes (42º).

“OPERAÇÕES VINGANÇA”

O ano foi marcado pelos casos de violência policial no País, principalm­ente em São Paulo, Bahia e Pernambuco. As “operações vingança”, que ocorreram após as mortes de militares, deixaram dezenas de mortos. Em São Paulo, o chamado Massacre do Guarujá, resultou em 28 óbitos. Em Pernambuco, uma sequência de assassinat­os foi registrada após as mortes de dois PMS em Camaragibe, em setembro. Cinco PMS envolvidos no caso foram presos e outros sete foram afastados das funções que exerciam, em dezembro.

CASO SERRAMBI: 20 ANOS DE IMPUNIDADE

Os assassinat­os das adolescent­es Maria Eduarda Dourado e Tarsila Gusmão Vieira de Melo, ambas de 17 anos, completou duas décadas de impunidade. Apesar de a investigaç­ão ter apontado que os irmãos kombeiros Marcelo e Valfrido Lira eram os culpados pelos crimes, na praia de Serrambi, Litoral Sul de Pernambuco, eles foram absolvidos em júri popular em 2010. O caso prescreveu.

NOVO PROGRAMA DE SEGURANÇA EM PERNAMBUCO

A governador­a Raquel Lyra lançou, em novembro, o Juntos pela Segurança, com promessa de redução de 30% nos crimes até o o final de 2026 (tendo como base nos números de 2022).

O Estado prevê queda nas mortes violentas intenciona­is, na violência contra a mulher, nos crimes contra o patrimônio e nos roubos/ furtos de veículos. O ano de 2023, porém, vai fechar com aumento em quase todos os indicadore­s - exceto os crimes contra o patrimônio.

PADRE AIRTON DENUNCIADO POR CRIMES SEXUAIS

O padre Airton Freire de Lima, de 67 anos, criador da Fundação Terra, foi denunciado por crimes sexuais e chegou a ser preso preventiva­mente. A personal stylist Sílvia Tavares de Souza, 53, primeira a procurar a polícia, disse ter sido estuprada pelo segurança do religioso durante um retiro espiritual no ano passado. Segundo ela, o padre teria ordenado a agressão sexual. Ele e mais três funcionári­os viraram réus na Justiça.

JUIZ VÍTIMA DE LATROCÍNIO EM JABOATÃO

O juiz Paulo Torres Pereira da Silva, de 69 anos, foi vítima de latrocínio em Jaboatão dos Guararapes, em 19 de outubro. Criminosos abordaram o magistrado, que tentou dar marcha a réu e acabou atingido com um tiro na cabeça. Cinco homens foram presos e viraram réus pelo crime. Um adolescent­e também foi apreendido.

MÉDICOS MORTOS NO RIO DE JANEIRO

Quatro médicos ortopedist­as foram baleados em um quiosque na Praia da Barra da Tijuca, na Zona Oeste do Rio de Janeiro, em 5 de outubro. Três morreram. A investigaç­ão apontou que um deles teria sido confundido com um miliciano. No mesmo dia do crime, quatro corpos de suspeitos de matar os médicos foram encontrado­s em dois carros.

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Revogação dos decretos que flexibiliz­aram o porte de armas de fogo foi uma das ações anunciadas pelo governo Lula
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Mortes ocorridas em Camaragibe chamaram a atenção para a violência policial

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