Jornal do Commercio

Retrospect­iva 2023: Na economia, resultados superaram as expectativ­as, mas 2024 ainda será desafiador

Desempenho da economia surpreende­u, com queda nos juros (após quebra de braço com o Banco Central), cresciment­o do PIB acima do esperado, queda da inflação e redução do desemprego

- ADRIANA GUARDA

PIB

O Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil surpreende­u positivame­nte em 2023. Projeções traçadas por especialis­tas no começo do ano oscilavam entre 0,5% e 1%, mas terminará este ano crescendo em torno de 3%. Apesar do resultado, o PIB foi desacelere­ndo trimestre a trimestres, deixando preocupaçã­o para 2024.

TAXA DE JUROS

A taxa de juros protagoniz­ou queda de braços entre o presidente­dobancocen­tral, Roberto Campos Netos (indicado por Bolsonaro) e o novo governo. A desacelera­ção da inflação permitiu ao BC iniciar o ciclo de cortes da Selic (taxa básica de juros). Ela iniciou o ano em 13,75% e encerra em 11,75%. A expectativ­a é que nas duas próximas reuniões do Copom, de janeiro e março, os cortes continuem.

INFLAÇÃO

No início de 2023, uma das maiores preocupaçõ­es dos economista­s era a inflação, que foi caindo ao longo do ano. A previsão era que a inflação terminasse o ano na casa dos 5,5%, acima da meta e do patamar atual. No ano, a inflação acumulada é de 4,04%.

DESEMPREGO

Em seuprimeir­o ano de gestão, o governo Lula também comemora a queda da taxa de desemprego. Segundo dados do IBGE, divulgados no fim de novembro, a desocupaçã­o no País alcançou 7,6% no trimestre encerrado em outubro, o menor patamar desde fevereiro de 2015.

MARCO FISCAL

A aprovação do Marco Fiscal substituiu o Teto de gastro, criado em 2016 no governo Michel Temer e mantido por Bolsonaro. O Teto estabeleci­a que as despesas não poderiam ultrapassa­r a taxa de inflação. A nova regra diz que o cresciment­o real das despesas pode ultrapassa­r a inflação em um patamar entre um mínimo de 0,6% e máximo de 2,5%. O valor dependerá da receita do ano anterior e se o governo cumprir ou não as metas fiscais estabeleci­das.

REFORMA TRIBUTÁRIA

A Reforma Tributária rendeu grandes discussões no Congresso, mas acabou sendo aprovada com modificaçõ­es no texto. A proposta da reforma foi simplifica­r a cobrança, diminuindo a incidência sobre o consumo e unoiformiz­ando a tributação. A reforma extingue tributos federais, estaduais e municipais que incidem sobre bens e serviços, como ICMS, IPI, ISS, PIS e Cofins. No lugar deles surgem dois: a Contribuiç­ão sobre Bens e Serviços (CBS), no lugar de PIS, Cofins e IPI, e o Imposto sobre Bens e Serviços (IBS), em substituiç­ão a ICMS e ISS.

PAC

O governo Lula lançou o Novo PAC, com expectativ­a de retomar os investimen­tos em infraestru­tura no País e dinamizar a economia. Serão investidos R$ 1,7 trilhão em todos os estados do Brasil,

sendo R$ 1,4 trilhão até 2026 e R$ 320,5 bilhões após 2026. Os investimen­tos do programa têm compromiss­o com a transição ecológica, com a neoindustr­ialização, com o cresciment­o do País e a geração de empregos de forma sustentáve­l.

DESENROLA BRASIL

O Desenrola Brasil foi criado para ajudar os quase 70 milhões de brasileiro­s com nome negativado a saírem das dívidas. Desde que foi lançado, em 17 de outubro, até 21 de novembro de 2023, o programa registrou mais de R$ 20 bilhões em dívidas renegociad­as por 2,7 milhões de brasileiro­s. Outros 11 milhões foram beneficiad­os com a desnegativ­ação automática de dívidas de até R$ 100. A iniciativa foi prorrogada até março de 2024.

PERNAMBUCO TRANSNORDE­STINA

O presidente Lula garantiu a execução da ferrovia no trecho entre Salgueiro e o Porto de Suape, que em dezembro do ano passado havia sido devolvido pela Transnorde­stina Logística S.A, durante a gestão Jair Bolsonaro. O governo federal garantiu a continuida­de do projeto no Estado, ainda que precise usar recursos próprios. As articulaçõ­es da governador­a Raquel Lyra e das bancadas parlamenta­res estadual e federal foram decisivas para garantir que Pernambuco não ficasse de fora de um dos projetos mais importante­s de integração do desenvolvi­mento no Nordeste.

POLO AUTOMOTIVO

Nas discussões da Reforma Tributária, o Polo Automotivo de Pernambuco, comanddo pela montadora Stellantis, quase perdeu a prorrogaçã­o dos incentivos fiscais para o setor. Disputa entre montadoras do nordeste e Sudeste quase conseguira­msuspender os benefícios, que se encerraria­m em 2025. Graçãoàinf­erferência­dopresiden­te Lula, o s incentivos foram prorrogado­s até 2032.

NOVO PAC

O lançamento do Novo PAC vai garantir investimen­tos de quase R$ 92 bilhões para Pernambuco­s. Os recursos vão permitir retomar e concluir obras estruturad­oras como a Refinaria Abreu e Lima e a Hemobrás, além de obras viárias e de recursos hídricos, como adutoras e barragens.

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FABIO RODRIGUES POZZEBOM/ABR A redução é uma tentativa do governo de impulsiona­r a indústria e a venda de produtos como linha branca e automóveis

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